R. Ceni perde pênalti no fim, e São Paulo só empata com o Corinthians
Naquele que deve ser seu último clássico na carreira, Rogério Ceni foi
decisivo para o empate por 0 a 0, mas de maneira negativa. Aos 44
minutos do segundo tempo, o goleiro perdeu um pênalti, e fez o São Paulo
só empatar por 0 a 0 com o Corinthians, um resultado que não resolveu a
má fase de nenhum dos dois times.
Agora, o São Paulo vai a 34 pontos e só não volta à zona da degola por
conta do tropeço do Vasco diante do Criciúma. Já o Corinthians chega a
37 e permanece estacionado no meio da tabela, com o fantasma da Série B
cada vez mais incômodo e próximo.
O erro no fim só aumenta a má fase do capitão são-paulino, que perdeu
os quatro últimos pênaltis que bateu. Apesar da falha, Rogério recebeu o
apoio da torcida, que compareceu em peso no Morumbi e cantou o nome do
ídolo após o apito final.
No fim, o pênalti perdido representou bem o que foi o jogo, que reuniu
dois setores ofensivos em baixa. Com 22 e 26 gols, respectivamente,
Corinthians e São Paulo são o penúltimo e o antepenúltimo piores ataques
do Brasileiro. Hoje, a dupla só perde no quesito para o lanterna
Náutico, que foi às redes em 19 oportunidades. Para piorar, os dois
lados não contavam com algumas de suas principais peças ofensivas.
Luis Fabiano e Guerrero, principais centroavantes, estão lesionados,
assim como Antônio Carlos, zagueiro-artilheiro do São Paulo e Renato
Augusto, uma das grandes esperanças alvinegras. Ganso, que vinha bem na
armação no Morumbi, cumpriu suspensão, enquanto Alexandre Pato está a
serviço da seleção brasileira.
Todas as ausências não influenciaram o clima para o clássico. O momento
decisivo para ambos os lados, além da tradicional rivalidade, criaram
um ambiente diferente no Morumbi. Foram mais de 50 mil pessoas, no
melhor público em clássicos paulistas do ano. Os são-paulinos fizeram
festa antes do jogo, tiraram sarro dos corintianos e pegaram no pé de
Emerson Sheik, relembrando a polêmica do selinho.
O time do São Paulo, aparentemente, sentiu a influência de forma
positiva. Desde o primeiro minuto, os comandados de Muricy Ramalho
pressionaram o Corinthians no campo de ataque. Ligados no jogo, Maicon e
Jadson ignoraram o esquema com três volantes de Tite, teoricamente mais
cauteloso, e municiaram os companheiros com frequência antes do
intervalo.
O caminho favorito da dupla era a ponta esquerda, nas costas de
Alessandro, que não conseguia resolver o problema do setor mesmo com a
ajuda de Edenílson. Reinaldo, Aloísio e, principalmente, Ademílson,
deram trabalho ao veterano e criaram algumas das melhores jogadas do São
Paulo.
Cássio só não trabalhou mais porque a pontaria dos rivais foi ruim. O
goleiro viu de perto o time tricolor desperdiçar chances claras como a
de Maicon, que cabeceou para fora uma bola em que estava livre, dentro
da pequena área. Quando teve de trabalhar, só encaixou lances de Aloísio
e Ademílson, que finalizaram mal.
Enquanto isso, no ataque, o Corinthians sofria com a lentidão de Danilo
e os erros de Romarinho, que contrastava com o bom jogo de Emerson
Sheik. Só que o camisa 11 não foi o bastante para o time alvinegro
assustar Rogério Ceni, e o São Paulo foi para o intervalo com a sensação
de que merecia mais.
Enquanto os times debatiam o que fazer nos 45 minutos finais,
são-paulinos de uma torcida organizada e a PM entravam em conflito na
arquibancada, após a explosão de duas bombas. A nota triste da partida
quase roubou a cena do clássico, que até então era disputado e gerava
boas chances.
Faltava, a essa altura, o Corinthians acordar. Tite, percebendo a
dificuldade de Danilo, encorpou o meio-campo com Edenílson como volante e
lançou Diego Macedo, recém-contratado do Bragantino. O lateral mudou a
cara da sua equipe. Em pouco minutos, deixou Emerson na cara de Rogério,
e o atacante desperdiçou mandando para fora.
Por volta dos 38 minutos, partiria dele a falta na cabeça de Paulo
André, que só não marcou porque Rogério Ceni operou um milagre. Do outro
lado, as melhores chances do São Paulo saíam pelo alto, em cabeçadas
que foram direto pela linha de fundo e não chegaram a equilibrar o jogo.
Quem mudou o panorama foi, de novo, Diego Macedo, mas dessa vez a favor
do São Paulo. Aos 44 minutos, ele cometeu pênalti em Reinaldo ao tentar
ajudar a defesa e quase colocou a vitória de bandeja nas mãos dos
rivais. Na cobrança, porém, Rogério Ceni acertou a trave direita da
Cássio, que ainda sentiu a bola bater em suas costas antes de sair pela
linha de fundo.
Agora, o Corinthians viaja para Porto Alegre, onde enfrentará o Grêmio
na próxima quarta-feira. Já o São Paulo permanece em casa para encarar o
Náutico.
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