quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Atlético e Cruzeiro têm embate antes de julgamento por confusão em clássico

Do UOL, em Belo Horizonte
Ceará e Fernandinho disputam lance na partida entre Atlético-MG e Cruzeiro pelo Brasileirão 
Pedro Vilela/Textual
 
A quinta-feira será de atenção da dupla Atlético-MG e Cruzeiro fora dos gramados. Os dois clubes serão julgados, a partir das 14h, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por confusão no clássico do dia 13. Os advogados dos rivais travam batalha nos bastidores antes dos julgamento e fazem críticas mútuas.
Os clubes foram enquadrados no artigo 213, com pena de multa entre R$ 100,00 e R$ 100 mil e perda de mando de campo por até dez partidas. Antes do clássico disputado no estádio Independência, em que o Atlético venceu por 1 a 0, houve confusão entre torcedores de duas torcidas organizadas do Cruzeiro.
O diretor jurídico do Atlético, Lázaro Cândido Cunha, mostra tranquilidade em relação ao julgamento envolvendo o clube alvinegro, que foi o mandante no clássico, e pede punição severa para os atos de "selvageria" do torcedor do Cruzeiro.
 "O Atlético adotou toda a medida de segurança, temos provas disso, torcedores do Cruzeiro provocaram atos de selvageria, jogando pedra, cuspe, agredindo uns aos outros. O Atlético está confiante no julgamento e não tem nada a ver com a situação", disse em entrevista o diretor atleticano, em entrevista a Rádio Itatiaia.
"Quem cometeu as infrações não foi nossa torcida, não temos nada a ver com isso. O Atlético é o mandante, ofereceu todas as garantias e a torcida adversária se comportou de forma animalesca. O Cruzeiro merece uma punição exemplar, para que não aconteça novamente esses atos", acrescentou Lázaro Cândido.
O advogado Carlos Portinho, que defenderá o Cruzeiro, criticou a tentativa do Atlético em comprovar a culpa do visitantes. "Os torcedores que lançaram objetos foram presos, os torcedores que se envolveram em conflitos com a torcida foram presos, com a polícia foram presos, e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê que é uma responsabilidade do clube mandante ou visitante, que comprove a detenção com boletim de ocorrência desses torcedores, me parece que isso foi feito", observou, em entrevista para a Rádio Itatiaia.
"O que eu sinto é que essa rivalidade entre a torcida do Atlético Mineiro e do Cruzeiro ela transcende as quatro linhas e o que me incomodou mais no processo foi ver uma denúncia, uma notícia de infração do Atlético Mineiro que era absolutamente desnecessária, reprisando todos os fatos que a Procuradoria já havia incluído na sua denúncia, o que somente acirra essa rivalidade. Acho que os clubes têm de se preocupar em desarmar os seus torcedores e não incentivar esse tipo de rivalidade", acrescentou Portinho.
Além da briga entre membros da Máfia Azul e Pavilhão Independente, que na última segunda-feira foram punidos pelo Ministério Público de Minas Gerais em cinco meses sem poder ir ao estádio com materiais dar torcidas organizadas, torcedores celestes atiraram duas bombas no local destinado a torcedores atleticanos durante o clássico do dia 13 passado.
 Torcedores do Corinthians enfrentam policiais no estádio Mané Garrincha Sergio Lima/Folhapress
 
"O Cruzeiro foi atrás do boletim de ocorrência, os seus torcedores estão respondendo a processo criminal como tem de ser. Nós queremos a torcida apoiando o time, cantando e esqueça o adversário, nosso time vai ganhar em campo, esses atos só prejudicam nessa reta final, ameaçam no mínimo a boa campanha do Cruzeiro, perda de mando de campo, que eu não acredito porque o Cruzeiro cumpriu o parágrafo terceiro do artigo 213, assim como o Atlético Mineiro", explicou Carlos Portinho.
O departamento jurídico alvinegro levará para o STJD boletins de ocorrência feitos por atleticanos comprovando as bombas jogadas por torcedores celestes, das duas prisões efetuadas pela Polícia Militar na confusão entre os membros das organizadas, além de relatório comprovando o efetivo policial e de seguranças particulares contratados pelo clube mineiro, como prevê o Estatuto do Torcedor.
"A torcida do Atlético se manteve de uma forma tranquila, poderia ter acontecido uma coisa pior, é lícito quem é agredido se defender. É inadmissível o Cruzeiro não ser punido exemplarmente. O Atlético não tem nada a ver com os atos de selvageria que aconteceram, o Atlético não tem nada a ver, pelo contrário, é um comportamento exemplar da torcida do Atlético", ressaltou Lázaro.
O diretor atleticano disse ainda que a confusão no clássico é algo recorrente. "O que vimos no Independência foi uma selvageria cometida por torcedores do Cruzeiro, coisa que é reincidente, aconteceu no último clássico e no anterior também, é uma coisa que só ocorre no Independência em jogos envolvendo o Cruzeiro. E houve uma selvageria entre torcedores organizados", afirmou.

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