15:20 21/09/2015
José Dias Sorriso
O campo do Oriente não possuía os muros de hoje, além de se ter alguns pés de eucaliptos naquela parte próxima ao colégio. Um conjunto de manilhas estendidas por um morrinho, além de uma árvore bem próxima aos vestiários. Os torcedores iam ao campo com instrumentos, animados e com uma certeza: ''vamos ver um grande jogo''.
A época que voltamos no tempo se dá no ano de 1994. O Campeonato Amador de nossa cidade era composto por vários clubes das cidades vizinhas: Naque, Periquito, Mesquita e, claro, Açucena, de onde saiu a equipe campeã daquele certame. Menezão completamente abarrotado de gente. Me lembro na época, eu (José Dias Sorriso) estava sobre o famoso barranco do Menezão. Torcedores pulando, gritando, cantando. Uma festa do nosso futebol. Não tinha como você nem se mexer.
O Açucenense que para se chegar aquela final teve de passar pelo fortíssimo time do Oriente. Elísio Colher estava naquele tempo comendo a bola com a camisa do time de Belo Oriente. Naquela semifinal e usando de muita inteligência, o técnico Edmar Ventura mandou que se fizesse uma marcação especial sobre ele. Marcação esta, feita por ninguém mais, ninguém menos que, um garoto na época, de apenas 16 anos, chamado Missinho - hoje ainda atua, porém como atacante. Foram dois jogaços de bola.
O primeiro duelo havia terminado com vitória do Oriente por 3 a 1. Quando todos imaginavam que a fatura estava liquidada e que a decisão seria entre dois times de Belo Oriente, eis que o Açucenense se mostrou guerreiro no jogo da volta válido pela semifinal. No tempo normal a partida teve oito gols. Um jogo que ficou marcado na história do nosso futebol. O Açucenense conseguiu a vitória de forma épica pelo placar de 5 a 3, levando a decisão da vaga para os pênaltis. Surgiu o nome do herói: Amarildo. O goleiro defendeu duas cobranças feitas da marca da cal e colocou o seu time na final contra o Aluvaeira.
Focando no jogo que valia o troféu. Em campo para aquela decisão, duas equipes fantásticas. De um lado o Aluvaeira e, do outro, o Açucenense. Duas equipes que mostraram futebol para decidir a competição. Na entrada das equipes em campo, o Menezão parecia o ''La Bombonera''. E a bola rolou para aquela grande decisão, que colocou belo-orientinos e açucenenses frente a frente, no jogo que valia a taça de 1994. Ambos os times haviam investido muito.
Um dos grandes destaques daquele jogo foi o jogador Traíra, baixinho habilidoso, que o Açucenense trouxe de Guanhães. Cracaço de bola. Atacante liso com a bola nos pés, que me recordo muito bem até nos dias de hoje. Levantou a torcida que se deslocou de Açucena para comemorar a conquista do título dentro de Belo Oriente.
Naquela final, vitória do Açucenense por 2 a 1. Arilson Pizza e Zanata marcaram os gols que deram a taça para o time alvirrubro. Coincidência ou não, os autores dos gols eram irmãos. Uma alegria contagiante por parte dos açucenenses que lotaram os ônibus e saíram de Belo Oriente gritando: ''É campeão''.