quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Ney Franco vê noite "perfeita" do Cruzeiro, atuação como referência e traça meta para 1º turno

Foto: Gustavo Aleixo

Nesta quarta-feira, no Mineirão, o Cruzeiro venceu a Ponte Preta por 3 a 0 e deixou a zona de rebaixamento da Série B. Além da vitória por um placar folgado, a atuação celeste também foi digna de elogios. O técnico Ney Franco viu uma evolução completa no time e descreveu a noite como "perfeita".

- Fomos merecedores (da vitória). O jogo era preocupante pelo nosso posicionamento na tabela, pela pressão emocional e pelo adversário. Enfrentamos a Ponte Preta, que iniciou a rodada em segundo (lugar), com o ataque mais positivo da competição. Além de trabalharmos nossa equipe com a posse de bola, ofensivamente, a gente fez o trabalho de ajuste de marcação. A gente comemora a vitória e a forma como a gente conseguiu. A gente jogou bem defensivamente, ofensivamente e nas bolas paradas.

"Foi uma noite perfeita. O torcedor sai feliz, esse é o grande desafio. O significado de um clube é seu torcedor. A gente deu essa felicidade ao torcedor. Mais do que isso, demos felicidade pra nós também, internamente, que estamos trabalhando muito pressionados" - Ney Franco.

Para o treinador, a exibição do Cruzeiro, nesta quarta, tem de servir de referência para os próximos jogos.

- Acho que esse resultado, além da pontuação, vai trazer um reflexo direto no emocional. Lembrando que é apenas uma vitória. Temos pela frente muitos jogos difíceis, e esse jogo passa a ser uma referência da forma como a gente espera ver o Cruzeiro na competição. Tomara que a gente tenha competência. Eu, como treinador, pra montar equipes nesse perfil para os próximos jogos, que nossos jogadores comprem a ideia e consigam, durante a partida, ter esse retorno técnico, físico, tático e emocional, de envolvimento com o jogo.

Desafio: aparecer no retrovisor dos líderes ainda no 1º turno

Ney Franco revelou que fez um desafio aos jogadores do Cruzeiro: que o time consiga terminar o primeiro turno da Série B aparecendo no mínimo no retrovisor do pelotão de cima da tabela.

- Tomara que seja uma vitória que nos coloque em um outro rumo. O grande objetivo nosso é subir, e a gente traçou agora uma meta curta com os atletas. Nesses sete jogos finais (do turno), a gente tem que terminar essa primeira fase do campeonato próximo do G-4. A gente tem que virar o turno com as equipes que estão na liderança olhando o retrovisor. Temos que ter essa capacidade de aproximar, pra que eles vejam o Cruzeiro chegando no retrovisor. Esse é o grande desafio.

Para que o objetivo seja cumprido, um bom resultado na próxima rodada é fundamental. A Raposa encara o líder Cuiabá, fora de casa, às 22h (de Brasília), no próximo sábado.

- Jogo dificílimo. Além da qualidade técnica do adversário, o Cuiabá está liderando o campeonato. É uma cidade complicada pra jogar. Todas as equipes que estão jogando lá estão tendo problemas, principalmente na parte física. (...) Na minha avaliação, é um jogo-teste: enfrentar o líder. Enfrentamos o vice-líder, agora é enfrentar o líder e jogar com essa mesma competência, pra tentar somar o sexto ponto em duas partidas, que vai nos colocar aos poucos numa condição melhor na tabela.

Outras respostas de Ney Franco

Atuação de Ramon, Henrique e ajuda de Sassá na defesa

- O sistema defensivo fez um jogo muito bem posicionado, com a proteção do Henrique. O Henrique ficou um tempo sem jogar, trabalhou na semana passada, a gente fez um trabalho na parte física com ele. Essa semana entramos no trabalho com bola. Ele deu uma proteção. O Ramon, o Henrique, a própria entrada do Sassá, que aperta a marcação na frente, o que acaba tendo um reflexo no sistema defensivo, porque fica mais protegido. O Ramon já tinha entrado no jogo contra o Avaí, muito bem, jogando como volante. É um atleta que eu conheço desde as categorias de base do Vitória. Tem uma formação de volante e de zagueiro. Fez, no coletivo, um jogo seguro. Individualmente, foi muito bem. Mais uma opção que a gente tem no elenco para os próximos jogos. Mostrou não só para o torcedor, mas pra comissão técnica que a gente tem um jogador pra nos atender na competição. Lembrando que a gente não monta uma equipe competitiva apenas analisando os 11 jogadores titulares.

Evolução no decorrer dos jogos

- (Tivemos) capacidade e tranquilidade para chegar no terço final do campo, fazer a jogada certa, as escolhas certas. Nesse jogo a gente conseguiu fazer três gols, como a gente poderia ter feito diante do Avaí, que foi no nosso gol apenas uma vez e teve a capacidade de fazer o gol. Acho que nossa equipe vem evoluindo. Falando dos três jogos em casa: jogamos bem diante do Vitória, conseguimos a vitória, jogou melhor contra o Avaí, mas não ganhamos, e (contra a Ponte) a gente deu um passo à frente. Além de jogar bem, a gente conseguiu fazer os três gols. (...) A gente conseguiu traduzir em gols as oportunidades que a gente fez, o que mostra que a equipe deu uma evoluída na parte ofensiva.

Jovens em campo

- A gente tem que, aos poucos, construir essa equipe. Foi legal terminar o jogo com alguns jogadores abaixo de 21 anos. Hoje entrou o Caio (Rosa), que estava nos juniores. Finalizamos o jogo com o Maurício, que tem menos de 21 anos, finalizamos o jogo com o Rafael (Luiz), com o Matheus (Pereira), o Jadsom, junto com jogadores experientes, como o Fábio, o Daniel (Guedes), o Manoel, o Ramon. Aos poucos, vamos construir essa equipe, dentro da realidade de um clube que não tem condição de inscrever jogadores na competição. Estamos em um momento muito difícil no Cruzeiro, de construção, e essa construção passa pela utilização de jogadores de base e pelo posicionamento dos jogadores mais velhos, pra dar uma sustentação.

Sassá e chances perdidas

- Em relação ao Sassá, poderia ter coroado a atuação as duas oportunidades de gol que ele teve. Uma bola que a gente fez uma marcação alta, roubamos a bola, fizemos o adversário errar, e o Sassá chegou na cara do gol, não entrou. Depois, um cruzamento que ele entrou na área, mas estava próximo de um zagueiro. Mas, como falei: é um jogador que, embora seja da parte ofensiva, auxilia muito a tirar a qualidade da saída de bola do adversário. Ele marca forte, tromba no zagueiro, ele toma pancada, dá pancada. Não deixa os zagueiros trabalharem com facilidade, ficarem penteando a bola. Ele faz esse abafa, a gente trabalhou isso muito. Ele teve uma boa reestreia com a camisa do Cruzeiro, e tenho certeza que é um jogador que vai nos ajudar muito na Série B.

Reflexo dos treinos no jogo

- Contra o Avaí, não conseguimos transferir para o jogo o que a gente tinha treinado. Contra a Ponte, a gente conseguiu. Treinamos bem, transferimos pro jogo. E no jogo, que é o mais importante, tivemos competência em todas as áreas - técnica, tática, emocional, física, para enfrentar essa grande equipe e conseguir essa vitória. A gente sai comemorando, porque tem um aspecto positivo na pontuação, mas também tem um impacto enorme no lado emocional do nosso trabalho.

Globo Esporte 

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