quinta-feira, 29 de março de 2018

Casos de leishmaniose visceral canina aumentam nas três principais cidades do Vale do Aço

Foto: Reprodução / TV TEM
Em Timóteo, 30 cães foram eutanasiados em decorrência da doença neste ano; Fabriciano e Ipatinga tiveram mortes humanas após contágio da doença em 2017.


Os número de casos registrados em 2017, e nos primeiros meses deste ano, de leishmaniose visceral canina e humana nas três principais cidades do Vale do Aço preocupa as secretarias de saúde municipais. Em Timóteo, cerca de 30 cães foram eutanasiados em decorrência da doença neste ano; em 2017 foram 171 casos confirmados e pelo menos 11 pessoas foram contaminadas com a doença, sendo que uma delas morreu.

De acordo com o secretário de saúde, César Luís, o município passou a intensificar as ações de combate à doença, com o teste para a confirmação dos casos e um serviço estruturado de eutanásia dos animais contaminados e sem possibilidade de cura, com o intuito de evitar a disseminação da doença. “Toda rede municipal de saúde de Timóteo vem sendo orientada, desde o ano passado, para conscientização sobre a leishmaniose, que é uma doença nova no Vale do Aço, mas que já alcança um potencial muito grande de prevalência de casos. Incluindo com óbitos relevantes na região como um todo”, diz.

O secretário destaca que é essencial o apoio da população para evitar a disseminação da doença. “Sem a colaboração de cada família é impossível combater a leishmaniose visceral. O mosquito-palha é muito pequeno e tem hábitos muitos arraigados aos quintais das casas, então é importante manter o quintal limpo, e o asseio com a casa do cachorro é absolutamente decisivo. Ter um animal em casa, significa ter um amigo, você pode ter uma companhia dentro de casa ou trazer um hospedeiro de doença, depende da conduta da família em relação ao animal”, afirma César Luís.

Fabriciano e Ipatinga

Em Coronel Fabriciano, a secretaria municipal afirma que foram notificados 317 casos de cães suspeitos de estarem com a doença em 2017, sendo que em 69 casos foi confirmada a leishmaniose. A secretaria não quis informar o número de cães mortos em decorrência da doença, pois acredita que muitos casos não foram relatados ao Centro de Controle de Zoonoses do município. Neste ano, já foram notificados 95 casos de leishmaniose visceral em cães; quatro foram confirmados.

Já em seres humanos, a secretaria de Saúde de Fabriciano afirma que foram 44 casos notificados, sendo 15 confirmados. Ao menos duas pessoas morreram de leishmaniose visceral humana na cidade no ano passado. Em 2018, 14 casos foram notificados até o momento, e já foi confirmado que duas pessoas adquiriram a doença no município este ano; dois casos estão em análise.

De acordo com a secretaria de Saúde de Ipatinga, no ano de 2017 foram notificados 79 casos da doença em seres humanos; 22 foram confirmados e cinco pessoas faleceram em decorrência da doença. A prefeitura não informou quantos cães foram encontrados com a doença em 2017 e os dados atualizados de 2018.

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa, transferida pela picada do flebótomo, popularmente chamado de mosquito-palha. O veterinário Emício Quintão explica como ocorre a contaminação: "O mosquito pica um ser contaminado, pode ser outro cão, uma pessoa, um rato, entre outros, e contrai o parasita, que sofre transformações no corpo do mosquito. Aí quando o mosquito pica um animal saudável transmite a doença”.

De acordo com ele, dos tipos de leishmaniose, a visceral é a mais comum e perigosa. “Ela mata, coloniza os órgãos, como os rins, o baço e o fígado. É uma doença gravíssima, a fatalidade é muito alta. Por isso, deveria ser dada uma importância maior” lamenta Emício.

Segundo o veterinário, o alto índice de fatalidade se deve ao fato de ser difícil identificar a doença no estágio inicial. “É muito difícil de ver sinais clínicos nos animais jovens e nos recém-infectados. No estágio avançado da doença, os principais sintomas são o emagrecimento do animal, o crescimento das unhas, a queda de pelos (principalmente da orelha), a alopecia em torno dos olhos e a apatia”, afirma.

Desde setembro de 2016, foi aprovado no Brasil o medicamento para o tratamento da leishmaniose, mas ainda não há uma cura para a doença. “Com o tratamento, o animal consegue viver bem e por muito tempo, e sem riscos de transmitir a doença para os humanos e os outros cães”. De acordo com o veterinário, os donos que quiseram prevenir seus cães podem optar pela vacinação preventiva e as coleiras anti-leishmaniose, que juntas oferecem cerca de 90% de proteção ao animal.

O animal que apresentar algum sintoma ou suspeita da doença deve ser levado ao Centro de Controle de Zoonoses de cada cidade para acompanhamento e tratamento.

Confira abaixo o endereço de cada serviço:

Em Timóteo: Praça 29 de Abril, número 198

Em Fabriciano: Rua Afonso Damasceno, 839, Bairro Nazaré

Em Ipatinga: Avenida Simon Bolívar, 789, Bairro Cidade Nobre

https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/casos-de-leishmaniose-visceral-canina-aumentam-nas-tres-principais-cidades-do-vale-do-aco-em-mg.ghtml

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