quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Moradora de rua assassinada a tiros pediu R$ 1 para comprar pão

Reprodução
Metrópoles

Zilda Henrique dos Santos Leandro, de 31 anos, foi assassinada a tiros por Aderbal Ramos de Castro depois de pedir R$ 1 para comprar pão. A afirmação é de uma irmã da moradora de rua, que prestou depoimento nessa quarta-feira (20/11/2019) na Delegacia de Homicídios de Niterói (DHNSG).

“Ele ficou de graça, dizendo que iria dar um tiro nela. Minha irmã falou que duvidava e foi atrás dele. Foi quando ele atirou”, relatou a mulher, que não quis se identificar.

Ela afirmou ainda que Néia, como era conhecida na região, tinha casa, mas preferia morar na rua.

A vítima foi assassinada a tiros no centro de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, por volta das 5h20 de sábado (16/11/2019).

Câmeras de segurança mostraram o momento em que ela se aproxima de Aderbal Ramos de Castro, preso na terça-feira (19/11/2019), que caminhava pela Rua Barão de Amazonas.

A mulher é vista falando com ele e gesticulando. Castro tenta desviar da mulher, mas ela o segue. Em seguida, ele saca um revólver de calibre 38 e dispara duas vezes.

Após o crime, ele sai andando sem pressa pela calçada, segurando a arma. Néia, caída no chão, agoniza. Uma mulher se aproxima e acena para um carro pedindo ajuda, mas ninguém parou.

A vítima chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Estadual Azevedo Lima, mas não resistiu aos ferimentos.

Alegou legítima defesa
A prisão de Aderbal Ramos de Castro ocorreu após a análise nas imagens das câmeras de segurança. Ele confessou o crime, mas alegou legítima defesa, segundo a advogada, Daniela Lopes.

Segundo ela, Castro, que não tinha antecedentes criminais, é dono de um comércio na região e faz o mesmo trajeto a pé todos os dias.

O delegado que investiga o caso, Bruno Reis, afirmou que a versão do suspeito foi “absolutamente descartada”, justamente por conta das imagens. A Delegacia de Homicídios de Niterói (DHNSG) decretou a prisão temporária.

“No depoimento, ele disse que não sabia nem se a vítima era homem ou mulher. Apenas que se assustou por achar que seria assaltado e atirou”, relatou.

Uma testemunha disse que o crime foi cometido “com a maior naturalidade, como se ela fosse um bicho”.

“Eu chegava para trabalhar e vi quando ela parou perto dele e pediu um dinheiro. Quando eu virei, eu só vi ele pegando a arma e disparando contra ela. Em seguida, foi embora como se nada tivesse acontecido. Ele matou a Neia com a maior naturalidade e como se ela fosse um bicho”, narrou.

Conforme o delegado, o home é o dono da arma e tem posse dela, ou seja, pode mantê-la em casa ou no local de trabalho, mas não tem porte, então não poderia andar armado pela rua, como ocorreu no dia do crime. A arma, um revólver calibre 38, foi apreendida.

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