00:36 01/10/2014
José Dias Sorriso
Uma coisa é certa. O futebol brasileiro precisa de ser reinventado. Vimos nitidamente isto na Copa do Mundo, com o time de Felipão cometendo um fiasco, ao ser massacrado e servindo de ignomínia para todos os amantes do futebol. Mas não quero destacar a seleção. Meu ponto de vista aqui, vai para os clubes. Quanta tristeza eu sinto, principalmente por ter presenciado campanhas históricas e emocionantes de alguns times do futebol brasileiro, que hoje estão não à beira do abismo, mas já dentro do mesmo.
Para trazer a memória do amigo leitor, quero destacar algumas agremiações que me fizeram vibrar com a sua inovação e seu futebol de encher os olhos e, que hoje não dão mais alegrias ao seu torcedor, não passando de zombaria para os adversários.
Ipatinga
Um time que marcou época, fazendo campanhas brilhantes, conquistando inclusive o Campeonato Mineiro de 2005, além de jogar o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, em 2008. O Tigrão do Vale do Aço acabou declinando, e descendo cada vez mais a ladeira, e foi parar na Série-D do futebol brasileiro - competição esta, em que o Ipatinga ''conseguiu'' ser o pior time, entre os 41 participantes, ficando a frente somente do Vila de Nova, de Nova Lima - mesmo assim por que o Leão do Bomfim foi punido com a perca de pontos pelo STJD. Lastimável! O Ipatinga era para estar nas cabeças, mas infelizmente segue na cauda.
São Caetano
Falar do querido Azulão, do Grande ABC Paulista, é de um sentimento de dor enorme. O time acabou rebaixado para a Quarta Divisão do Brasil. Um time que abalou o país e o exterior, chegando a finais do Brasileirão (na época Copa João Havelange) e também decidindo uma Libertadores, onde não ganhou por puro vacilo - com a conquista na mão e deixou escapar. É terrível e quase que irreversível a situação do clube, no sentido de deixar a alta tempestade em que se infiltrou. O São Caetano chegou a ganhar um Paulistão, em 2004, em época ímpar, sob o comando de Jair Picerni e jogadores do porte de Adãozinho e Ademar. Uma pena. Mas que um dia, o Azulão volte a voar.
E, mais.....
Eu levaria tempos aqui, para destacar outros clubes, que estão fazendo falta no cenário principal. Clubes como a Tuna Luso e o Remo (ambos do Pará). Clubes que já jogaram na elite nacional, que agora sumiram de cena. O Guarani, campeão Brasileiro de 1978 e vice em 1986. O Bugre tem que ver hoje, seu maior rival, a Ponte Preta jogando a Série-B, além de ter sido recentemente, vice-campeão sul-americano.
Onde foi parar o Paulista de Jundiaí, campeão da Copa do Brasil? União São João, de Araras, que jogou na elite e Botafogo de Ribeirão Preto, carinhosamente chamado de ''Botinha''. O que dizer da Internacional de Limeira, que venceu o Paulistão de 1986. Bragantino e Novo Horizontino, que mexeram com o país. Bragantino que, foi comandado por Vanderlei Luxemburgo.
Outros times que merecem destaque: Gama (DF), Ferroviária de Araraqura (SP), Desportiva Capixaba (ES), Juventude (campeão da Copa do Brasil), São José (SP), Juventus (SP), que assobrava as equipes da capital, sendo carinhosamente chamado de ''O Moleque Travesso''. XV de Jaú, Araçatuba, Mogi Mirim e Santo André. São vários clubes que simplesmente deixaram de verdadeiramente existir.
O que será que aconteceu? Onde está o erro? Quem são os responsáveis por tamanho desastre a esses clubes? São perguntas feitas, que talvez o apaixonado e fanático torcedor saberia responder com propriedade. Muitos clubes desceram o abismo, e existem outros que precisam abrir o olho. Exemplos, do glorioso e multicampeão, Palmeiras. Botafogo, Bahia, Vitória. Tem que começar, a diretoria destes clubes repensar suas metodologias de trabalho. Senão vai ficar difícil, caindo na mesma situação daqueles que passaram do sonho para o pesadelo.
Uma coisa é certa! O futebol brasileiro tem que se reformular. Urgente.