Na noite de sábado (14), um operário morreu em um acidente, o segundo fatal em nove meses
O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou neste domingo que pediu a interrupção das obras da Arena da Amazônia, em Manaus, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e onde na madrugada de sábado um operário morreu em um acidente, o segundo fatal no local em nove meses.
Nas primeiras horas do sábado (14), o operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, que trabalhava na montagem da cobertura do estádio, morreu ao cair de uma altura de 35 metros durante a instalação dos refletores do teto do estádio.
De acordo com o MPT, a solicitação à Justiça está amparada no descumprimento das normas de segurança e pelo "quadro de reincidência confirmado pelas mortes recentes dos trabalhadores, vítimas de acidente de trabalho nas mesmas condições".
Em março passado, outro trabalhador morreu em um acidente similar quando se desequilibrou e caiu de uma altura de cinco metros ao tentar passar diretamente de uma coluna em construção ao andaime.
"Em vista do novo acidente de trabalho grave, com vítima fatal, é imperiosa a adoção de medidas urgentes e imediatas a fim de resguardar a vida e integridade física das centenas de trabalhadores", acrescenta a justificativa apresentada à Justiça pelos procuradores do trabalho Maria Nely Bezerra de Oliveira, Renan Bernardi Kali e Jorsinei Dourado do Nascimento.
No pedido, o MPT acusa a construtora Andrade Gutiérrez de "conduta negligente e irresponsável" e sugere uma multa diária de R$ 100 mil pelo descumprimento da interrupção de obras.
Depois da morte, a Andrade Gutiérrez comunicou que suspendia as obras em memória e respeito ao trabalhador falecido e que as atividades seriam retomadas na segunda-feira.
Para as autoridades, as obras só deverão ser retomadas quando a construtora cumprir as normas de segurança exigidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e após a divulgação do resultado da perícia técnica sobre o acidente de sábado, que será realizada nesta segunda.
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