O Grêmio abriu 2 a 0 de vantagem sobre a Portuguesa, permitiu a
reação dos visitantes, mas teve forças para buscar o gol da vitória em
um lance polêmico. Kleber marcou de pênalti aos 41 do segundo tempo, em
marcação veementemente protestada pelo adversário, e fez 3 a 2. O time
de Renato pulou a 34 pontos na tabela e assumiu a provisória
vice-liderança — Botafogo e Atlético-PR podem ultrapassar o Grêmio no
domingo. A desenvoltura que se imaginava em um Grêmio com o retorno de Zé
Roberto ao meio-campo não se mostrou na primeira etapa. O time de Renato
martelou, pressionou, mas pouco criou diante de um adversário limitado,
mas bem postado. Sem conseguir furar o bloqueio defensivo, passou a insistir nos
cruzamentos para a área nos primeiros minutos. Alex Telles era acionado
com frequência e levantava a bola em busca dos atacantes. A zaga da
Portuguesa, bem posicionada, afastava o perigo. Aos 13 minutos, Werley saiu com uma lesão no tornozelo após disputa
forte com Diogo no meio-campo. Gabriel o substituiu. Aos poucos, a
Portuguesa deixou um pouco o campo defensivo e procurou atacar, mas
esbarrava na limitação técnica de seus jogadores ao tentar construir
jogadas ofensivas. A iniciativa do jogo, porém, seguia gremista. O que não significava
que os problemas de criatividade haviam sido solucionados. A não ser por
tentativas de fora da área de Souza, Rhodolfo e Alex Telles, o Grêmio
não ameaçou o gol de Lauro nos primeiros 45 minutos. Um bom início de segundo tempo fez com que o Grêmio abrisse boa
vantagem na Arena. Passava-se pouco mais de um minuto quando Pará
levantou na área e Kleber completou para as redes, mas quando
comemorava, viu que o auxiliar marcava impedimento e anulava o lance.
Imagens das câmeras de televisão mostraram que o atacante estava em
posição legal. O equívoco foi corrigido aos 6 minutos, quando Alex Telles cobrou
escanteio da esquerda, Souza desviou na primeira trave e encontrou
Barcos sozinho, na pequena área, para apenas escorar de cabeça. 1 a 0. O segundo não demorou muito a sair. Aos 11, Kleber apareceu do lado
esquerdo e levantou para a área, onde apareceu Zé Roberto para bater de
primeira, rasteiro, e ampliar a vantagem. A Portuguesa iniciou a reação aos 25, quando um descuido da marcação
permitiu que Bruninho ingressasse na área sem marcação. Ele concluiu em
cima de Dida, mas a bola bateu em Rhodolfo, que corria para tentar
impedir o chute e acabou marcando contra. O empate viria aos 31, em
escanteio cobrado por Correa pela direita que encontrou a cabeça de Luis
Ricardo antes de ir para o gol de Dida. A polêmica se instalou no gramado da Arena cinco minutos depois,
quando Kleber caiu na área após choque com Rogério. O árbitro Jaílson
Macedo Freitas marcou pênalti. Quando Kleber preparava-se para bater,
Bruninho, que já recebera cartão amarelo por reclamação, foi expulso por
continuar protestando. Cercado pelos jogadores da Portuguesa, o árbitro pediu ajuda à
Brigada Militar, que o cercou. O zagueiro Valdomiro, revoltado, socou os
escudos na esperança de atingir o juiz. Também recebeu o vermelho. Após a confusão, aos 41, Kleber bateu no meio do gol para dar números finais à vitória tricolor.
BRASILEIRÃO — 19ª RODADA — 7 DE SETEMBRO DE 2013 GRÊMIODida; Werley(Gabriel, 13'/1ºT),
Rhodolfo(Matheus Biteco, 43'/2ºT), Bressan, Pará, Souza, Ramiro (Maxi
Rodríguez, 32'/2ºT), Zé Roberto e Alex Telles; Kleber e Barcos. PORTUGUESA Lauro; Luis Ricardo, Moisés Moura,
Valdomiro, Rogério, Ferdinando, Bruno Henrique(Bruninho, 17'/ºT),
Moisés, Souza(Corrêa, 16'/2ºT), Diogo, Gilberto Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA), auxiliado por Fabio Pereira (TO) e Edilson Frasao Pereira (TO) Gols:
Barcos, aos 6 minutos; Zé Roberto, aos 11 minutos(G); Rhodolfo
(contra), aos 25 minutos e Luis Ricardo, aos 31 minutos (P), Kleber, 41
minutos do segundo tempo (G). Cartões amarelo: Diogo (P), Barcos (G), Bruno Henrique (P); Cartões Vermelhos: Bruninho, Valdomiro (P) Público: 21.219 pessoas (19.565 pagantes) Renda: R$ 783.260,00 Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre
Próximo jogo — 11/09/2013 Brasileirão — 20ª Rodada Náutico x Grêmio — Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata
Ronaldinho diz que segue no Atlético-MG até final de 2013
Jogador garante permanência ao menos até fim de contrato
Foto: Gil Leonardi / Agência Lance
Alvo de especulações no futebol europeu, o meia-atacante
Ronaldinho avisou que fica no Atlético-MG ao menos até o final deste
ano, quando acaba seu contrato.
"Está tudo ótimo aqui. Feliz de estar podendo ajudar. Se
Deus quiser, até o final do ano estamos aí", afirmou o camisa 10
alvinegro, em entrevista à TV Alterosa.
Ronaldinho chegou ao Atlético em junho de 2012, assinou acordo válido por seis meses e prorrogou o contrato por mais 12.
O jogador foi recentemente vinculado ao Besiktas, que
teria se reunido com o irmão e agente do atleta, Assis. Mas o time turco
deve deixar a tentativa de levar o astro para a segunda metada da
temporada europeia.
Já o outro time que teve seu nome ligado ao de
Ronaldinho foi o alemão Schalke 04, que gostaria de contratar o jogador
depois de um início de temporada com o ataque apagado.
O Besiktas está fora de competições europeias. Já o Schalke se classificou para a fase de grupos da Liga dos Campeões 2013/14.
Fernandinho nega peso por substituir Bernard e lamenta fase do São Paulo
Fernandinho não vê prejuízo por ser tomado como substituto de Bernard
Foto: Adalberto Marques/ Agif / Gazeta Press
Marcellus MadureiraDireto de Belo Horizonte (MG)
De volta ao Brasil após um ano no Al-Jazira, dos
Emirados Árabes, Fernandinho já ganhou vaga como titular do campeão da
Libertadores Atlético-MG. O atacante herdou a camisa 11 de Bernard,
ídolo alvinegro que se transferiu ao Shakhtar Donetsk, e nega se sentir
pressionado para repetir o desempenho do jovem.
Em entrevista ao Terra, o jogador ainda celebrou a
presença do técnico Cuca no clube mineiro e a chance de conquistar um
Mundial mesmo sem ter participado da vitoriosa campanha no torneio
continental. Fernandinho só desanima quando o assunto é o São Paulo,
equipe pela qual atuou entre 2010 e 2012. Evitando polemizar sobre
Juvenal Juvêncio ou Rogério Ceni, ele torce para que o time tricolor
escape do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Confira a entrevista exclusiva:
Terra - Você chegou ao Atlético-MG com a função
de substituir o Bernard, inclusive já usando o número que ele usava.
Como você vê essa pressão, já que ele era o xodó da torcida atleticana?Fernandinho - É
um prazer, um privilégio. Bernard é um menino que está se tornando um
grande jogador, está em idade de aprendizado, mas vai crescer. Estou
encarando da melhor forma possível. Ele deixou algo precioso, o título. A
torcida gosta dele. Nada mais merecido por tudo que fez.
Terra - Acha que isso vai te prejudicar ou pode ajudá-lo a se motivar? Fernandinho - Acho
que não prejudica. O jogador tem que estar ciente do que pode
acontecer. Quando a gente substitui um grande jogador, a pressão é
grande, até pelo número, mas isso é normal.
Terra - Você tem característica de segurar muito
a bola, mas chega a um time que tem outras maneiras de jogar, inclusive
fazendo muitos passes. Como será isso? Fernandinho - É
tranquilo. Tenho a característica de segurar e tocar pouco, mas a bola
chega para definir. O time faz isso, e dependendo da posição vou pra
cima. Mas também tenho grandes jogadores comigo: Ronaldo, Tardelli, Jô,
Luan, Guilherme... São grandes atletas, todos com qualidades de passe.
Então vai ser tranquilo. Pode acontecer de ter que ir pra cima, mas acho
que a qualidade facilita.
Fernandinho prioriza Brasileiro e descarta Mundial de Clubes
Terra - O que você tem a dizer desses primeiros contatos com o Cuca? Fernandinho - Muito bom. Agradeço pela forma que me recebeu. Deu carinho
e confiança, não só pra mim, mas para o grupo. Isso é importante.
Terra - Muitos falam que ele é um técnico cheio de superstições e manias. Já verificou isso neste período? Fernandinho - Não
prestei atenção nisso. O que sei é que ele é determinado, inteligente, é
campeão, merecidamente, da Libertadores. O Brasil torce a favor dele
por tudo o que fez, pelos anos anteriores. É um grande treinador e está
mostrando isso.
Terra - Como é chegar a uma equipe para disputar um Mundial de Clubes? Sonhou algum dia com esta oportunidade? Fernandinho -
Foi o que me chamou atenção. A forma como a equipe joga, os jogadores, o
que fazem dentro de campo. Todos aqui me receberam bem, sou grato por
isso. É importante chegar e ser bem recebido. Chegar para disputar o
Mundial, então quero ajudar. A conquista é ótima para todos, é um
privilegio. Tive outras propostas, até de outros clubes brasileiros, mas
quis vir para o Atlético até por isso.
Terra - O que a passagem pelo Oriente Médio te
trouxe de experiências positivas e negativas? Passou por dificuldades
durante este período por conta da cultura diferente? Fernandinho -
Tive dificuldade no início com o calor. Cheguei lá em época quente, e
essa foi a dificuldade. Depois comecei a fazer gols e daí fiquei
tranquilo. A ajuda do Ricardo Oliveira (atacante brasileiro) também foi
importante.
Terra - O clube que o fez ganhar fama nacional
está passando por uma situação complicada. Como você vê o atual momento
do São Paulo? Fernandinho - É difícil. É um momento que o
São Paulo não está acostumado, mas as experiências só acontecem quando
você passa. Foram anos de alegrias, dificuldades iguais a essa foram
poucas, mas acho que vai sair da zona, tem time pra isso. Jogar dessa
forma é difícil, tem pressão da imprensa e torcida. Mas o clube vai sair
dessa sem dúvida
Terra - Quais você crê que são os motivos para o clube estar vivendo este momento? Fernandinho -
É complicado apontar. Eu creio que é fase. O futebol acontece em fases.
Um dia ia chegar esse momento, e infelizmente é agora. Mas o São Paulo
tem grandes jogadores e vai sair dessa. O momento é difícil, mas vai
sair, não tem motivo para um time desse prolongar um momento desse.
Tenho carinho grande por lá, torço por eles, menos contra o Atlético
(risos).
Terra - Muitos criticam a permanência do Juvenal
Juvêncio por muitos anos no comando do São Paulo. Você crê que isso é
prejudicial mesmo ao clube? Fernandinho - Eu sou suspeito
para falar do Juvenal. Sempre gostei dele e acho que é injustiça. Ele
ganhou muitas coisas com São Paulo. Tem que ter respeito por ele, pelo
que fez pelo clube. Não tenho muito pra falar. Acho um grande
presidente, tenho carinho por ele e ele por mim, e é mais um motivo para
torcer.
Fernandinho relembrou dificuldades com clima quente do Oriente Médio
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Terra - Em uma entrevista recente, o técnico Ney
Franco disse que o Rogério Ceni manda e desmanda dentro do São Paulo.
Durante o período que você passou por lá, como foi sua relação com o
goleiro? Fernandinho - O Rogério sempre foi um cara que
teve influência grande no São Paulo, até por ter conquistado muitas
coisas lá, e isso é merecido. A questão de mandar ou não é algo pessoal,
é algo difícil de falar, não sabemos de tudo o que acontece. Ele merece
ter essa influência, representa muito dentro do São Paulo.
Terra - Ele tem o poder mesmo de queimar quem não o agrada, como o Ney Franco disse? Fernandinho - Eu
não sei responder. Acho que pelo perfil, pelo que conheço do Rogério,
ele não é de queimar as pessoas lá dentro. A gente não sabe de tudo que
acontece, mas o Rogério tem caráter. Ele procura sempre ajudar o grupo
da melhor forma possível.
Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra