sexta-feira, 2 de abril de 2021

Técnicos dos times mineiros aprovam nova regra que limita troca de treinadores

Lisca, Felipe Conceição e Cuca, os técnicos de América, Cruzeiro e Atlético, respectivamente —
Fotos: Mourão Panda/América/ Bruno Haddad/Cruzeiro/ Pedro Souza/Atlético

Em conselhos técnicos virtuais realizados na semana passada, os times das Série A e B votaram pela limitação da troca de treinadores durante as competições nacionais, que começam no fim de maio. Os clubes só poderão demitir e contratar um novo comandante uma vez durante o torneio, da mesma forma que os técnicos só poderão pedir demissão para assumir uma outra equipe uma única vez (veja abaixo o que diz o regulamento).

Os treinadores das três grandes equipes do futebol mineiro aprovaram a nova regra. "É uma primeira ideia bem interessante para gente começar a discutir esse tema", ressaltou Lisca, do América. "É uma boa, é mais segurança para todos, tanto para o profissional quanto para os clubes", emendou Cuca, do Atlético. Ambos disputarão a Série A deste ano.

Felipe Conceição, do Cruzeiro, que terá a Série B pela frente, acredita que a alteração no regulamento pode contribuir com uma maior conscientização de todos que trabalham ou acompanham o futebol.

"Temos que acostumar e voltar o trabalho a médio e longo prazo. Não existe trabalho bem feito ou sólido se não for assim", ressaltou o treinador cruzeirense, à rádio Super 91,7 FM. Na comparação com os rivais, o momento do Cruzeiro é mais complicado, o que requer mais paciência.

"Não que o treinador tenha um tempo e não demonstre competência, mas que se entenda o processo do clube, o momento e para onde ele está levando a equipe. O resultado não é do dia para o outro. Os clubes que mudam muito não tem um processo de crescimento", ressaltou.

Lisca também tem acompanhado a discussão e reparou que existe uma "pegadinha" na nova regra. A rescisão por "acordo mútuo" não entra na conta da limitação de trocas. "Eu já vi que tem alguns adendos na lei. Mas as coisas vão ser clareadas, a lei ainda vai evoluir. Acho bem interessante. Agora é se adaptar, ser. É um primeiro passo, um primeiro caminho. Vamos ver como vai funcionar na prática", reforçou.

Cuca destaca que a inclusão do limite de trocas de treinador pode mudar a filosofia dos dirigentes. "Eles vão ter que escolher as pessoas certas para as equipes. É uma medida muito boa, vai precaver a todos nós e aos clubes também", ponderou.

Na Série A, 11 clubes votaram a favor da nova regra, incluindo Atlético e América, e outros nove foram contra. Na Série B, o Cruzeiro e outras 17 equipes se posicionaram favorável. Apenas dois clubes votaram contra. (Com Giovanna Pires e Artur Moraes).

O que diz o regulamento*:

Somente será permitida uma demissão de treinador sem justa causa, por iniciativa do clube, durante a COMPETIÇÃO. Caso o clube demita um segundo treinador sem justa causa após ter demitido o primeiro nessa mesma condição, dever necessariamente utilizar um treinador registrado pelo menos seis meses no clube. Eventual pedido de demissão por parte do treinador, demissão por justa causa por iniciativa do clube ou rescisão por mútuo acordo não serão computados para os efeitos deste artigo.

Parágrafo único - O treinador inscrito por um clube para a disputa da COMPETIÇÃO poderá se demitir uma única vez sem justa causa para dirigir outra equipe participante da COMPETIÇÃO. Caso se demita uma segunda vez sem justa causa, não poderá ser novamente inscrito na COMPETIÇÃO. A demissão por iniciativa do clube, a rescisão indireta por iniciativa do treinador ou a rescisão por mútuo acordo não serão computadas para os efeitos deste parágrafo.

*Artigo 29 do REC da Série B e artigo 32 do REC da Série A

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