sexta-feira, 10 de abril de 2020

"Se acabar com isolamento agora, vai morrer muita gente", diz secretário de saúde de BH

Foto: Rodrigo Clemente/PBH
O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, alertou, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, que haverá muitas mortes na cidade se não houver a quarentena.

“Se acabar com o isolamento social agora, vamos ocupar todos os leitos de CTI e vamos precisar de mais 2 mil. Vai morrer muita gente”, disse ele ao lado da equipe de três infectologistas responsáveis pelo controle da pandemia de covid-19 em BH: Unaí Tupinambás, Carlos Starling e Estevão Urbano.

Starling afirmou que, com as medidas adotadas na cidade, estima-se que foram evitadas mais de 2 mil internações e 60 mortes.

“Não pode haver relaxamento da nossa parte. Se perdermos um dia, pode ser catastrófico”, ressaltou Starling. “Percebemos claramente um achatamento da curva. Entretanto, o risco de acontecer como em Milão é muito grande. [O relaxamento] pode implicar em um aumento abrupto do número de casos”, completou.

Ele explicou que o isolamento é importante não apenas para manter menos leitos ocupados, mas para que, com o passar do tempo, haja cepas menos agressivas do vírus e apareçam medicamentos para tratar a covid-19.

O infectologista destacou o risco de as pessoas fazerem exercícios físicos fora de casa. “Tem estudos mostrando que mesmo estando em espaço aberto há o risco de transmissão”.

Cloroquina

Starling informou que alguns hospitais de Belo Horizonte têm usado a cloroquina no tratamento de pacientes em situações moderadas ou graves. “Não há uma obrigatoriedade de uso, há uma liberalidade para uso, apesar de a literatura ainda não ser muito clara em relação à eficácia dela”, frisou. “Não podemos esquecer que se trata de uma droga que pode ter efeitos colaterais deletérios”, emendou.

Rádio Itatiaia

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