domingo, 29 de dezembro de 2013

Sorte, política e ajuda de empresário: a luta para ser sede da Copinha

"Eu diria que 60% foi por causa do nosso trabalho nos últimos anos com as categorias de base. O restante veio de indicação de amigos e de pessoas que conhecem o que fazemos...

  • Por Guilherme Nagamine, do ESPN.com.br- espn.com.br

Sorte, política e ajuda de empresário: a luta para ser sede da Copinha
"Eu diria que 60% foi por causa do nosso trabalho nos últimos anos com as categorias de base. O restante veio de indicação de amigos e de pessoas que conhecem o que fazemos."
Irineu Alves Ferreira Filho sabe bem o que é a disputa para ser sede da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Presidente do Tanabi, clube da cidade homônima que fica a cerca de 490km da capital paulista, ele tentava levar o torneio para o município há dois anos. Conseguiu agora. E não só ele.
Além de Tanabi, mais três cidades receberam o direito da Federação Paulista de Futebol (FPF) de sediar a Copinha pela primeira vez: Ilhabela, Tatuí e Votuporanga. No caminho, reuniões, reformas estruturais - as sedes são responsáveis por arranjar hospedagem, alimentação e campos de treinamento -, ajuda política, pedido para receber times grandes e até mesmo sorte.
Das quatro cidades novatas, só Tanabi (que está na quarta divisão) e Votuporanga (que tem equipe na terceira divisão) possuem equipes profissionais. Os outros dois municípios veem a competição como um trampolim para darem início ao projeto de terem clubes profissionais. Tatuí, inclusive, quase se viu em apuros ao perceber que nenhum estádio passaria na vistoria - contornou o problema após fechar um acordo para usar o campo do clube de um sindicato local.
Um quinto município, Osvaldo Cruz, ganhou a chance de sediar os jogos de última hora. Responsável pelo grupo E da competição, Marília teve o estádio Bento de Abreu interditado e pediu à cidade vizinha - que fica 120km de distância - para receber as partidas. A questão de logística, de hospedagem e treinos ainda ficará a cargo da sede original.

Conheça o processo para receber a Copa de cada uma das quatro sedes estreantes

VOTUPORANGA (grupo A: Votuporanguense, Ferroviária, Figueirense e Paysandu)

O começo para convencer a FPF veio no final de 2012, quando dirigentes da entidade viram o clube da cidade, o Votuporanguense, ser campeão da quarta divisão paulista. O fato do time do município participar do Estadual sub-20 também pesou, crê o secretário de esportes, José Ricardo da Cunha. "A estrutura que oferecemos foi fundamental. Foi um processo demorado, mas temos um estádio aprovado e cinco campos de treino, um fator que outras cidades enfrentam problemas. Mas acredito que a imagem daquela final pesou na decisão da FPF."

TANABI (grupo B: Tanabi, Universal, Sport Recife e Rio Preto)

O segundo menor município em população da Copa São Paulo (cerca de 25 mil habitantes, segundo o IBGE) - maior apenas que Monte Azul Paulista, com população estimada em 19 mil - queria receber a competição há dois anos. Com indicação de amigos e conhecidos, a cidade recebeu aval da federação. Reformou o gramado e construiu quatro vestiários no estádio. "A Copa vem coroar o trabalho que fazemos com a base. Não somos um time do cenário nacional, mas tivemos reconhecimento e ainda receberemos o Sport Recife, que acabou de voltar para a primeira divisão", afirmou Irineu Ferreira Filho, presidente do Tanabi, ao ESPN.com.br.

TATUÍ (grupo M: Desportivo Brasil, São Raimundo-RR, Paraná e Guarani)

Se teve um município com sorte para receber a Copa São Paulo, este foi Tatuí. Após a vizinha Porto Feliz desistir de sediar a competição, a cidade foi procurada pelo Desportivo Brasil, equipe ligada à Traffic, e aceitou o pedido. "O problema era o campo. Nenhum passaria. Fizemos um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos para usar o deles", relatou o diretor de esportes Natalino Pedreschi, o Magoo, ao ESPN.com.br. Com exceção do Desportivo, que ficará em Porto Feliz, os outros clubes ficarão hospedados a 14km do município. "O investimento total é de cerca de R$ 150 mil, tudo pago por parceiros. A Copa é a porta de entrada para conseguir e pleitear algo maior nos próximos anos", acredita Miguel Lopes Júnior, secretário de esportes.

ILHABELA (grupo U: Portuguesa, ASA, Bahia e Comercial)

A Capital da Vela teve ajuda do ex-goleiro e hoje empresário Gilmar Rinaldi - que tem casa na ilha - para receber a competição. Um dos mais badalados do litoral norte paulista, o município temia problemas para arranjar hospedagem para os times por causa da alta temporada do verão. O problema foi contornado. A cidade solicitou à FPF para receber um time grande do eixo Sul-Sudeste e viu Vasco e Portuguesa pedirem para jogar a 1ª fase na cidade. "Insisti bastante, foram umas seis reuniões com a federação, que depositou confiança. Ainda queremos receber dois jogos do mata-mata", disse Júlio Cezar de Tullio, chefe de gabinete da prefeitura, que fez todas as tratativas para transformar o local em sede da Copinha.

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