quarta-feira, 4 de dezembro de 2013


Kalil pede ajuda da presidente Dilma Rousseff para liberar dinheiro da venda de Bernard 

 por Fábio Rocha em Esporte

 


O bloqueio do dinheiro da venda de Bernard já começou a refletir nos caixas do Atlético. Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, o presidente Alexandre Kalil revelou que parte do salário e os direitos de imagem dos jogadores estão atrasados em um mês e meio. O meia-atacante foi vendido em agosto deste ano por 25 milhões de euros ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, mas até agora o clube não conseguiu colocar as mãos na verba. Por isso, o mandatário alvinegro está desesperado com a situação e pediu ajuda da presidente da República Dilma Rousseff e de outros políticos mineiros para liberar os cerca de R$ 74 milhões. “Peço pelo amor de Deus à nossa presidente da República que nos trate como mineira que ela é. Estamos pedindo socorro para ela, para o ministro Fernando Pimentel, que é o homem que pode nos ajudar porque é poderoso perante ao governo da Dilma. Estão nos tomando uma receita de R$ 74 milhões”, avisou.
Sem a verba, Kalil admitiu que será muito difícil manter o clube com os pagamentos em dia até o fim do seu mandato, em dezembro de 2014. “Se continuarem fazendo o que estão fazendo com o Atlético, eu não consigo terminar o meu mandato e não fecho a minha conta. O assunto é muito grave, tem exatamente uma semana que não durmo direito, estou extremamente preocupado”, ressaltou.
Kalil revelou que já pediu ajuda da bancada de senadores mineiros, em Brasília, mas não obteve retorno. Assim, ele recorreu ao deputado federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), em Minas. “Estou pedindo ao Odair Cunha, que é presidente do PT de Minas Gerais, que nos socorram porque eles que têm a caneta na mão e podem nos ajudar. Já recorremos à bancada mineira e a própria presidente disse à bancada que iria tomar conta do Atlético porque ela é mineira e atleticana”, destacou.
Mesmo com outros clubes tendo conseguido resolver o problema do bloqueio assinando o acordo com a Fazenda Nacional, Kalil garante que não irá fechar com o órgão porque deseja uma condição diferente para o Atlético. “Foi bloqueado para vários clubes. Só que não fui lá assinar o que eles querem. A situação do Atlético é diferente e temos uma proposta diferente, que outros clubes não tem condição de dar. Não queremos nada diferente. Nós apresentamos garantias que nenhum clube que assinou o acordo tem condições de apresentar”, assegurou.
No meio de outubro, o mandatário anunciou nas redes sociais que o dinheiro seria liberado no final daquele mês. Agora, Kalil reclamou do acordo não cumprido. “Eu anunciei no meu Twitter uma mentira pela primeira vez. A torcida do Atlético sabe, se bateu lá é verdade. Quando a doutora Adriana, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, me disse 'pode anunciar', pensei que o acordo estava pronto. Quando o próprio ministro Luiz Adams (ministro da Advocacia-Geral da União) falou 'está fechado', então acabou”, lembrou.
O presidente atleticano garantiu ainda que não haverá outros bloqueios em caso de vendas futuras de jogadores. “A venda do Bernard paga este bloqueio. Mas eu não estou querendo ficar vendendo jogador, não é assim que se administra um clube”, disparou.
Após a venda de Bernard, o Atlético sofreu o bloqueio dos R$ 77 milhões por causa de dívidas fiscais com o governo federal e são divididos em quatro processos diferentes. Inicialmente, do valor total da transferência, cerca de R$ 40 milhões estavam retidos em três processos, porém um quarto processo avaliado em R$ 14 milhões foi incluído, totalizando o montante de R$ 54 milhões bloqueados pela Fazenda Nacional.

Foto: Bruno Cantini/Atlético

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