sábado, 7 de setembro de 2013

BAHIA ELEGE NOVO PRESIDENTE

Fernando Schmidt é eleito novo presidente do Bahia
Secretaário do governo da Bahia, schmidt foi eleito para mandato até o fim de 2014, sem direito a reeleição Foto: Divulgação
Secretaário do governo da Bahia, schmidt foi eleito para mandato até o fim de 2014, sem direito a reeleição
Foto: Divulgação
  • Direto de Salvador (BA)
Fernando Schmidt, secretário de Relações Internacionais do Governo do Estado, é o novo presidente do Bahia. Schmidt, que foi eleito com 67% dos quase 5.000 votos, para um mandato tampão, até o final de 2014, sem direito a reeleição, tomará posse na segunda-feira, 9, em solenidade que acontecerá às 20 horas na Arena Fonte Nova, mesmo local em que foram realizadas as eleições deste sábado e onde a torcida decidiu pela mudança do estatuto do clube, em assembleia realizada em agosto. A chapa do novo presidente também terá direito a 72 vagas no Coselho Deliberativo do Bahia, enquanto a dos candidatos derrotados Antonio Tillemont (23%) e Rui Cordeiro (10%) terá 28 vagas.

Schmidt, de 69 anos, é o primeiro presidente eleito diretamente pelo voto dos sócios do Bahia. Ele já foi presidente do clube entre 1975 e 1979, época que ficou marcada pela conquista do heptacampeonato baiano e pela construção do Fazendão, centro de treinamentos do clube até os próximos meses, quando o Bahia deixará o antigo CT em direção à Cidade Tricolor, em Dias D’Ávila.

Para assumir o cargo, que desde a alteração do estatuto do clube, no final de agosto, é de dedicação exclusiva, Schmidt deixará a secretaria. Muito questionado por seu envolvimento político com o Partido dos Trabalhadores (PT), mesmo do governador Jaques Wagner, Schmidt foi enfático ao rechaçar qualquer tranfserência da vida política à sua gestão. "Acho que política é política, futebol é futebol. Na hora que essas duas coisas se misturam, geralmente não terminam bem. Eu nunca misturei as coisas, nem quando trabalhei no setor privado. Além disso, a nossa chapa é muito plural", avaliou.

Além de ex-secretário de estado, o novo presidente do Bahia é professor e advogado. Schmidt substitui Marcelo Guimarães Filho, que foi deposto pela Justiça após ação movida pelo ex-conselheiro Jorge Maia, que denunciou problemas na eleição do conselho que elegeu o presidente afastado para o segundo mandato.

Hoje, dia em que se comemora a Independência do Brasil, era grande o sentimento entre os eleitores que também se comemoraria a "independência do Bahia", depois da possibilidade de os sócios do clube votarem, algo que foi muito solicitado pela torcida durante a gestão da família Guimarães, iniciada em 1997 e terminada apenas em 2013 – houve um intervalo entre 2005 e 2008, quando o clube foi presidido por Petrônio Barradas, do mesmo grupo político dos Guimarães. O estopim para a revolta da torcida e dos opositores aos Guimarães foi a eleição de 2011, que reelegeu Marcelo Guimarães Filho e, neste ano, foi considerada irregular pela Justiça.

Segundo o novo presidente, os ares de democracia que o clube respira serão marca de sua gestão à frente do Bahia. O primeiro reflexo disso seria a convocação do Conselho Deliberativo eleito, uma das primeiras ações de seu mandato.

"Nós vamos desde o primeiro momento marcar essa gestão como uma gestão compartilhada. Não somente da diretoria, presidente e do vice, mas também do Conselho Deliberativo. A nossa intenção é criar ao lado dele também um Conselho Consultivo, formado por várias figuras dos segmentos representativos do clube, até mesmo das torcidas organizadas. Queremos a democracia no Bahia", disse Schmidt.

Além das ações extracampo, três novos reforços estariam próximos de ser contratados pela nova diretoria. O vice-presidente eleito, Valton Pessoa, teria negociado com o meia-atacante Lucca, do Cruzeiro, e o lateral direito Michel Macedo, do Atlético-MG. Um meio-campista também estaria nos planos.


Final da intervenção


Nos dois meses que se estenderam entre o afastamento de Guimarães Filho e a eleição que definiu Schmidt como novo presidente do clube, uma gestão interventora comandada pelo advogado Carlos Rátis realizou atos de organização interna do clube, um recadastramento amplo de sócios, propôs e viu ser aprovado um novo estatuto para o clube e, por fim, as eleições neste sábado.

Na sexta-feira, o ex-presidente do clube, Marcelo Guimarães Filho, tentou voltar ao poder, através de uma liminar, e advogados da gestão interventora fizeram vigília no plantão judiciário, no Fórum Ruy Barbosa, que fica próximo à Arena Fonte Nova, nesta madrugada. Além deles, alguns torcedores do Bahia apareceram por lá, atentos a qualquer manobra judicial que pudesse acontecer de última hora.

"Eu e mais oito advogados fomos para o plantão judiciário. Ficaram sabendo disso na internet, e mais de 50 torcedores foram lá, me levaram comida e bebida. Algo típico de torcedor do Bahia", disse Carlos Rátis, visivelmente satisfeito pela realização da eleição. Crítico, Rátis acha que a intervenção poderia ter sido mais efetiva, mesmo tendo sido atrapalhada por alguns funcionários do clube, especialmente dos setores financeiro e de recursos humanos, que deixaram de comparecer ao trabalho após a destituição de Guimarães Filho.

"No fundo, sabemos que poderíamos ter feito mais. Mas a situação financeira é bem difícil. A chapa eleita vai encontrar muitas dificuldades para sanar os problemas. Só o débito na alimentação era de R$ 300 mil, o que é inadmissível", avaliou Rátis. Mesmo assim, durante todo o pleito, Rátis foi muito procurado por torcedores, que tiravam fotografias com ele e o agradeciam por ter comandado a intervenção.

A última ação de Rátis à frente do Bahia acontecerá na segunda-feira, antes da posse da nova diretoria. No dia em que completará exatos dois meses como interventor, e sairá de cena para a chegada de Fernando Schmidt, Rátis irá entregar ao presidente eleito o relatório de uma auditoria financeira pela qual o clube passa, por ordem judicial, como parte das ações impetradas após a destituição do antigo presidente.

 
 
 
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