Um bebê de dois meses que estava engasgado foi salvo após a família ligar pedindo socorro. Pelo telefone, o Sargento do Corpo de Bombeiros Randrik Silveira de Pinho, passou todas as instruções que fizeram com que a criança voltasse a respirar. Em seguida, a equipe do Samu chegou e terminou os procedimentos.
O caso aconteceu na tarde desta sexta-feira (18), no bairro Vila Mariana em Governador Valadares. A família ligou para a Polícia Militar, momento, em que o cabo Menezes foi até o sargento que estava no mesmo prédio, correu e atendeu a ligação.
"Essa ocorrência envolveu a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o SAMU. A família ligou no 190, o cabo que atendeu ao chamado veio aqui correndo e me pediu para atender o telefone eu fui lá e passei as informações para desengasgar o bebê, enquanto isso eu anotei o endereço e passei para o SAMU. Aí a Doutora Héllen enviou a ambulância com o médico Doutor Rodrigo"; explicou o sargento.
Ainda de acordo com o sargento Randrik, no meio do atendimento, a ligação caiu, mas, a equipe conseguiu retornar e dar continuidade aos procedimentos. "A ligação caiu do nada, mas rapidamente conseguimos falar de novo com a família, que desde a primeira ligação, fez as manobras de desobstrução e conseguiu desengasgar o bebê"; contou o sargento.
"Agora que minha adrenalina está voltando ao normal. Foi um trabalho em equipe. Todos saímos de nossos postos, para atender à linha. Foi emocionante"; disse o sargento.
A médica Dr. Héllen Cruzeiro presenciou o momento em que o sargento Randrik foi chamado pelo cabo da PM e saiu correndo para atender o telefonema da família. Ela de imediato foi para o computador e acionou a equipe do SAMU.
"Imediatamente eu acionei o médico Dr. Rodrigo Cruzeiro, a enfermeira Nayara Borburema, condutor Edson Sérgio e o acadêmico Rafael, que prontamente foram até ao local. Quando chegaram na casa da família, terminaram os procedimentos. Foi de extrema importância o que o sargento Randrik fez. Ele ficou junto com a família por ligação até a equipe chegar. Fico muito feliz de ter ajudado"; disse a Dr. Héllen.
De acordo com a enfermeira do SAMU, Nayara Borburema, quando chegamos ao local, na porta da casa, o vizinho da família já estava fazendo a manobra como foi orientado pelo sargento por telefone. "O Dr Rodrigo Cruzeiro assumiu a manobra e o bebê foi voltando, graças a Deus. O bebê foi atendido, monitorizado e encaminhado ao HMGV. Mantendo sinais vitais normais para a idade.
"A adrenalina toma conta da gente nesses momentos apreensivos, só pensamentos positivos mas preparados caso haja piora do caso. Já organizando tudo muito rápido caso necessite de uma intervenção secundária. Assim que o bebê apresenta melhora é só agradecimento e sentimento de dever cumprido. Emociona toda a equipe!"; finalizou a enfermeira.
Socorro
O sargento do Corpo de Bombeiros explicou que a primeira recomendação em caso de engasgamento de bebê é que as pessoas que estiverem próximas mantenham a calma. Também não é recomendado sacudir a criança.
“Primeiro é preciso verificar se a criança está respirando e emitir sons, porque o engasgamento pode ser leve [parcial]. Se ela chora ou tosse é um bom sinal, porque a obstrução é leve, mas os pais devem ficar atentos, pois mesmo se for uma obstrução leve, pode ter acontecido bronco-aspiração e o bebê deve ser levado para o Hospital. Mesmo que o bebê esteja respirando, pode ter acontecido uma possível bronco-aspiração de ser considerada e a criança tem que ser avaliada por um médico"; explicou o sargento.
Já ao perceber que a obstrução é grave [total] ou seja, impede que a vítima respire, é preciso iniciar o mais rapidamente possível os procedimentos de desobstrução. No caso de bebês, um dos sinais que ocorrem quando o engasgamento é total é a pele apresentar uma coloração roxa. "O bebê apresenta sinal de cianose, ou seja, a pele fica arroxeada. Isso significa que o bebê não está respirando. É preciso ter calma nesta hora”, reforça o sargento.
Ele explica que o primeiro passo é colocar a criança de bruços sobre o antebraço. O rosto da criança deve ficar na palma da mão, segurado pelo polegar e indicador para não obstruir as vias respiratórias.
"Após colocar o bebê nesta posição, o próximo passo é dar cinco tapas leves nas costas fazendo um batimento sequencial. Esse procedimento vai ajudar a fazer o bebê tossir o que estava obstruindo a via respiratória” diz.
O sargento Randrik reforça ainda que o serviço de socorro deve ser acionado. “É importante ligar para o 193, o Corpo de Bombeiros. Os nossos Militares estão capacitados para dar orientações. Eles têm um treinamento profissional para acalmar quem está do outro lado da linha e, consequentemente, lograr êxito”, comenta.
Salvamento de crianças e adultos
Em caso de pessoas maiores, o procedimento é diferente. A orientação do sargento é que a vítima seja mantida em pé e o socorrista se posicione atrás dela para iniciar o desengasgamento.
“Nos localizamos um ponto médio entre o umbigo e o externo, que é um ponto chamado de apêndice xifóide. Dando um abraço por trás da vítima, vamos posicionar uma das mãos em punho nesse ponto que podemos simplificar, de modo popular, dizendo que é na altura da boca do estômago. Em seguida, com as duas mãos, deve-se fazer pressão sobre o local, puxando a vítima para traz e para cima. Esse procedimento também provoca uma pressão interna, uma pressão no músculo diafragmático, fazendo com que o objeto seja expelido”, finaliza.
Telefones de emergência
193 - Corpo de Bombeiros
192 - SAMU
190 - Polícia Militar
Via G1 Vales de Minas Gerais
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