terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Confira algumas exigências da Heineken para instalar sua fábrica em Minas

Divulgação

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Ouro Preto, Felipe Vecchia, a Heineken não abre mão de três fatores para instalar sua fábrica em Minas Gerais. Ouro Preto que é mais uma cidade candidata a receber a fábrica. O terreno precisa ter ao menos 50 hectares, ser plano e ter água corrente para a produção da cerveja. Além disso, o imóvel precisa ser, de preferência, pertencente à iniciativa privada. A ideia da empresa, portanto, é evitar parcerias público-privadas (PPP’s).

“A exigência maior é a água de qualidade. Ela não precisa ser mineral. Pode ser rio, ribeirão ou afluente, de preferência passando por dentro do terreno. Eles têm a preferência pela compra do terreno privado”, afirma Felipe Vecchia. Segundo ele, Ouro Preto levantou dois imóveis para ceder à Heineken para a instalação da empresa: um no distrito de Cachoeiro do Campo, onde há um polo industrial; e outro no distrito de Miguel Burnier, próximo a Itabirito, onde já há produção da Coca-Cola.

Mas, diante da preferência da cervejaria por uma propriedade particular, Ouro Preto estuda novas áreas. “Fizemos um amplo levantamento de terras que têm a demanda necessária de tamanho, são planas e pertencem à iniciativa privada. Vamos fazer uma apresentação com um plano de marketing com o turismo da cidade. Também vamos ressaltar que somos uma cidade estudantil, com mais de 500 eventos por ano”, diz Felipe Vecchia.

Representantes da Prefeitura de Rio Novo, na Zona da Mata, também se reuniram com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, para tentar atrair o investimento para a pequena cidade de aproximadamente 9 mil habitantes. Fontes ligadas ao Executivo municipal informaram que a cervejaria já pré-selecionou três cidades para instalar sua fábrica, mas os nomes são mantidos em sigilo.

Além de Ouro Preto e Rio Novo, dezenas de cidades se colocaram à disposição para receber os investimentos da empresa europeia, desde prefeituras menores, como Entre Rio de Minas e Buenópolis, até maiores, como Mariana e Pirapora. A oferta de água, facilidade de logística e a proximidade com polos industriais são as principais apostas de Minas Gerais para seduzir a Heineken.
Pedro Leopoldo volta ao holofote

Outra cidade ainda no páreo é Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A cidade foi a primeira escolhida pela Heineken para instalar sua cervejaria no estado. A empresa chegou a investir grande quantidade de dinheiro no município, mas recuou após denúncias de impactos ambientais do complexo em um sítio arqueológico.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a abrir um inquérito para investigar o fato. O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) também argumentou que a instalação da cervejaria no terreno pretendido poderia gerar um grande impacto ambiental.

Mas, segundo fontes ouvidas pelo jornal O TEMPO, a cervejaria voltou a se aproximar da prefeitura local. A reportagem procurou o Executivo municipal, mas não houve posicionamento até o fechamento desta edição. A Heineken informou que “está estudando outras áreas e, tão logo seja definido, anunciará o novo local em que será instalada sua cervejaria”.

No Norte do estado, a pequena Buenópolis, de 10 mil habitantes, também se candidatou. A prefeitura tem como atributos os modais rodoviário (BR-135) e ferroviário. "Temos uma topografia privilegiada, água de qualidade e um povo trabalhador”, afirmou o prefeito Célio Santana (PDT) pelas redes sociais.

Em Entre Rios de Minas, no território Central de Minas Gerais, o Executivo municipal informa que também preencheu o questionário da Heineken, "apresentando todas as contrapartidas e os benefícios da instalação no município".

A cidade cita a localização próxima de Belo Horizonte e a matéria-prima como trunfos.

No Vale do Rio Doce, Jaraguaçu é conhecida como “Cidade das Águas”. Segundo a prefeitura, o município conta com mais de 50 nascentes e está próximo de outros pólos comerciais, como o Rio de Janeiro.

Em dezembro, jornal O TEMPO noticiou os interesses de Janaúba, no Norte de Minas, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, na fábrica da Heineken. Ouro Branco, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete, todas na área Central do estado, também já preencheram o questionário da empresa holandesa que fará o investimento de R$ 1,8 bilhão. 

(O Tempo)

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