Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro |
A conturbada fase vivida pelo Cruzeiro dentro e fora das quatro linhas foi assunto de entrevista de quase uma hora gravada pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues. O mandatário admitiu que o clube não tem dinheiro para pagar dívidas. O clube celeste está punido pela Fifa com o chamado 'transfer ban' que impede o registro de novos atletas pelo não pagamento do débito com o Defensor-URU, pela compra do meia uruguaio Arrascaeta.
"É claro que a gente quer, a cada dia mais, performar dentro de campo. Mas o torcedor do Cruzeiro tem que entender a realidade. Já foi divulgado recentemente as contratações chamadas de últimas antes de tomar o 'transfer ban', porque sabíamos que íamos tomar [a penalidade]. Aquelas coisas que não explicamos, o Arrascaeta foi vendido por um valor absurdo e não foi paga a dívida. Estoura mais uma no nosso colo", alegou.
"Em julho vem outra [dívida], da aquisição do Riascos, que também não tem nada a ver com a gente. De fato, a realidade que o torcedor precisa encarar. Ah, eu vejo o torcedor dizendo: 'O Cruzeiro precisa contratar um atacante, um meia'. Nós não temos essa perspectiva em curto prazo, apenas se acontecer uma situação excepcional", afirmou o presidente.
Ainda no âmbito de julgamentos na entidade máxima do futebol, o Cruzeiro acumula outra dívida que já lhe rendeu prejuízos desportivos: o débito pela aquisição do volante Denílson. Em 2020, a Raposa iniciou a Série B do Campeonato Brasileiro com 6 pontos negativos por não ter pago cerca de R$ 5,3 milhões ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos. Nova ordem de pagamento deve chegar ainda este ano. Caso não pague, o clube seria rebaixado à Série C do Brasileiro.
Segundo Sérgio, o dinheiro destinado ao pagamento da dívida será proveniente da venda da Sede Campestre II. "Conseguimos arrumar um, que vai pagar o valor de avaliação, mas são problemas micro do Cruzeiro que as pessoas não sabem. Quando fomos efetivar a venda do terreno, vimos que não estava regularizado. Faltam detalhes de cartório, de patrimônio, diversos documentos a serem conseguidos", disse.
Confiança no elenco
O presidente, ao reafirmar a inviabilidade de contratações, pediu confiança no elenco montado para o retorno à divisão de elite do futebol nacional. "Temos que abraçar o time da forma como está, confiar nos treinamentos", afirmou. Apesar disso, o momento é ruim. O Cruzeiro é o 13º colocado, com apenas 10 pontos somados.
Sérgio também garantiu que os salários atrasados não interferem no desempenho dos atletas dentro de campo. Conforme revelado pela Rádio Itatiaia, os jogadores somam três meses de atraso na CLT. O clube tem débitos com funcionários administrativos.
“Quero enaltecer muito o nosso grupo e dizer que o torcedor jamais pode imaginar que vai haver uma não entrega, ou um corpo mole por parte dos nossos atletas em razão disso, pelo contrário. Eu estou todo dia na Toca, praticamente, viajo com o elenco esse ano e se tem uma coisa que não tem no nosso elenco é isso. Tem entrega e dedicação. Em nenhum momento atrelar o desempenho esportivo a questão salarial", completou.
>> Rádio Itatiaia
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