sábado, 18 de abril de 2020

José Dalai Rocha revela cobranças, mas garante que no Cruzeiro, agora, a Justiça é para todos

Foto: Vinnícius Silva/Cruzeiro
Recuperado do coronavírus, o presidente do Cruzeiro, José Dalai Rocha, experimenta neste sábado (18) a repercussão pela assinatura na última sexta-feira (17) do ato proposto pela Comissão de Ética do clube, que resultou na expulsão de cerca de 30 conselheiros, pois eles trabalharam ou receberam do clube na gestão Wagner Pires de Sá, o que é proibido pelo Estatuto.

“Estou recebendo tanta mensagem horrorosa. Perguntando sobre gratidão. Tem de fazer com todos, ou não faço com ninguém. Vamos enfrentar e fazer, enquanto podemos fazer. Foram os atos que mais me doeram assinar. São pessoas de quem gosto, conheço as famílias, em alguns casos, mas o Estatuto é claro que se perde o cargo. Não é uma possibilidade. É uma norma impositiva. Por que essas pessoas fizeram isso?”, revela Dalai.

O dirigente reforça que não cabia a ele participar do processo que resultou nessas expulsões e que tudo correu sem interferências e dentro da lei: “Foi oferecido o direito de defesa a todos eles. Tanto que dois apresentaram argumentos válidos e seguem no Conselho. Inclusive, estou escrevendo agora um artigo e o título dele é: Justiça para todos?”.

O presidente cruzeirense, que foi juiz, conta sua atuação no interior do Estado e sua postura em relação ao cargo. “Quando começava numa cidade, tinha filhos jovens, sempre tomava um café com o delegado e avisava a ele, que qualquer confusão em que eles estivessem envolvidos, queria que fossem os primeiros a ser presos, e os últimos soltos. Graças a Deus, isso nunca aconteceu, pois meus filhos nunca me deram problema, e isso porque aprenderam em casa”, conta o presidente cruzeirense.

Ressarcimento

A expulsão do Conselho é a única punição imposta aos conselheiros que receberam da última diretoria do clube. O ressarcimento dos valores não é possível, pois segundo Dalai “eles, pelo menos teoricamente, prestaram serviços”.

O dirigente revela que é diferente das irregularidades que estão sendo apuradas. “Não é ato de má fé. Para esses, o Estatuto prevê sim o ressarcimento. E isso está sendo investigado. A Kroll deve apresentar resultados em breve. Tem uma cláusula de confidencialidade que não podemos dar informação nenhuma, mas o que a gente mais anseia é o resultado. O Cruzeiro foi assaltado. A Polícia Civil e Ministério Público também estão trabalhando. Agora, tudo está mais difícil, mas teremos resultado”, afirma o mandatário celeste.

Neste momento de crise do Cruzeiro, Dalai relata que tem recebido muitas mensagens, antes mesmo da decisão de assinar a expulsão dos conselheiros. “Recebo e-mails me chamando de velho safado, mandando voltar para o asilo, de onde nunca deveria ter saído. Estamos lutando para deixar o Cruzeiro melhor do que encontramos. Temos várias vertentes. Tudo o que quero é isso. Voltar para o meu asilo. Mas antes precisamos tratar o futuro do Cruzeiro com seriedade”, afirma o dirigente.

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