sexta-feira, 17 de julho de 2015

É TETRA! Que saudades do futebol brasileiro

15:47 17/07/2015
José Dias Sorriso


Foto: Site Oficial da CBF/Wilson de Carvalho 


Neste dia 17 de julho de 2015 completa 21 anos de uma das mais lindas conquistas do futebol brasileiro. Eu me lembro bem, quando assistia todos os jogos daquela Copa do Mundo na sala de um vizinho. Muita gente e a vibração era fora de sério. Que emoção. A Copa do Mundo de 1994 foi algo apaixonante e inesquecível. Um futebol brasileiro respeitado por todos e que entrou naquele mundial para levar o caneco. Do início ao fim, o que não faltou foi torcida, convicção de uma taça, uma coisa de arrepiar, sem ter como de fato explicar. 

O Brasil enfrentou naquela primeira fase a seleção da Rússia, Camarões e Suécia. O futebol brasileiro era tão alegre que o atual narrador Galvão Bueno tinha um estilo clássico, fantástico de falar. A estreia foi 2 a 0 na Rússia. Na sequência, 3 a 0 em Camarões. O terceiro jogo foi contra a Suécia e mais duro: 1 a 1. Jogo difícil. Uma Copa do Mundo que fica na história. Marcou a minha vida como admirador deste esporte fantástico, chamado futebol. 

Nas oitavas de final, os donos da casa, Estados Unidos. Um jogo muito disputado. Teve de tudo neste jogo. Bola na trave, bola salva em cima da linha, Leonardo expulso, gol salvador de Bebeto. Um jogo ganho na raça por uma seleção determinada. O Brasil eliminou os donos da casa. Veio as quartas de final. Que sofrimento contra a Holanda. Eu via o jogo e quem estava do meu lado comia todas as unhas das mãos. A Holanda tinha uma seleção que metia medo. Mas, e o Brasil? O Brasil assombrava os adversários. Que futebol que me dá saudades. Esse jogo com a Holanda foi de deixar o nervo a todo vapor. Brasil fez 2 a 0 e tomou o empate: 2 a 2. Até que, em uma falta cobrada por Branco - uma bomba - colocou nas redes da Holanda e carimbou o passaporte brasileiro para a fase semifinal. 

E quem aparece na semifinal? A Suécia. Jogo complicado, assim como foi na primeira fase. Uma das melhores seleções que a Suécia já montou em toda a sua história. Timaço, que contava com o lendário goleiro Tómas Ravelli. O Brasil venceu por 1 a 0. Um gol de cabeça de Romário. O Brasil chegava a final daquele mundial - 24 anos depois. Brasil e Itália na decisão. A Itália de craques respeitados e o Brasil com um futebol de classe, categoria, raça, entrega. Roberto Baggio era o cara da Itália. O tempo normal ficou no 0 a 0. Vamos para os temidos pênaltis. E deu Brasil. Tetracampeão do mundo. Merecidamente. Baggio chutou nas nuvens e o Brasil comemorou. Uma Copa que teve de tudo. Estupenda. Inesquecível. 

Triste vermos hoje em dia a que ponto o nosso futebol chegou. Medíocre, sem alegria, sem brilho, fraco, limitado. Jamais esta seleção atual representa aquilo que o futebol brasileiro sempre foi: aguerrido e respeitado em todos os cantos do planeta. Mas, a esperança prossegue. Por mais longe que esteja de algo bom acontecer ao futebol canarinho, vamos continuar acreditando. É tetra, é tetra e é tetra. Foi demais.