quinta-feira, 27 de março de 2014

Festa na Granja 'enterra' de vez oposição a Marin e Del Nero na CBF


Todos os créditos desta notícia: Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em Teresópolis (RJ)



José Maria Marín, presidente da CBF, discursa durante reinauguração do CT da Granja Comary, em Teresópolis; Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, e Felipão, técnico da seleção, também marcam presença no evento/ Pedro Ivo Almeida/UOL


José Maria Marin concluiu a reforma da Granja Comary após quase dez meses e entregou um moderno e luxuoso centro de treinamento para a seleção brasileira a menos de 80 dias para a Copa do Mundo. Este, no entanto, não foi o único motivo de alegria do mandatário da CBF no evento da última quarta-feira em Teresópolis.

Ao lado de seu vice-presidente e provável sucessor, Marco Polo Del Nero, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol pôde celebrar também uma importante vitória política às vésperas da eleição da entidade. A oposição, que já não conseguiria lançar candidato na eleição a presidente de abril, agora se rendeu aos mandatários atuais, diminuiu o tom e fez até elogios ao trabalho da dupla que comanda o futebol nacional atualmente.

Opositor ferrenho em outros tempos, o presidente da federação paranaense, Hélio Cury, deu o tom logo no início do evento.

"Não acredito em uma oposição neste momento. Mas não vou dizer que passei para o outro lado. Vamos aguardar", disse.

Presidente da Federação do Rio e um dos líderes da oposição, Rubens Lopes deixou no ar as respostas sobre uma possível desistência da oposição, mas deixou claro que já não ataca Marin e Del Nero como antes.

"Não tenho do que reclamar. Só uma pessoa que não é inteligente pode reclamar neste momento. A Granja é uma prova, é um trabalho muito bem feito. Vamos mudar o que está bom? Não sei. Mas não acho que precise. E política de esporte é igual nuvem no céu: um dia está lá, no outro dia já mudou de posição. Vamos vendo como serão essas mudanças", comentou.

"É claro que o futebol brasileiro precisa de mudanças, assim como o meu futebol carioca. Mas isso é um processo normal, e não necessariamente precisa ser uma coisa tão brusca. Vamos deixar as coisas andar. Não vou falar de oposição, situação, apenas que estamos nos entendendo", concluiu o presidente da Federação do Rio.

Em conversa com a reportagem, outros membros da oposição revelaram que o grupo não pretende "brigar" com Marin e Del Neto agora. Até porque o grupo foi sufocado pela situação e não conseguiria sequer lançar candidato na eleição de abril - é necessário o apoio de oito federações para inscrever chapa. Assim, a ideia é evitar um desgaste e pensar em novo embate para daqui a quatro anos.

Presidentes blindados

E se a oposição falou bastante sobre eleição, o mesmo não ocorreu com os apoiadores da atual gestão. Diante de uma tática da CBF de evitar o contato dos presidentes com a imprensa, os principais correligionários de Marin e Del Nero mantiveram a distância durante boa parte do evento de quarta-feira. De longe, eles apenas articulavam e celebravam a vitória importante nos bastidores.