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Foto: CENIBRA |
Reconstituir a biodiversidade com a reintrodução de espécies da Mata Atlântica ameaçadas de extinção. Esse é o propósito da CENIBRA com a primeira soltura de cinco casais de jacutingas na Ponte Perdida – uma área de proteção do Parque Estadual do Rio Doce, sob gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF) – no município de Bom Jesus do Galho/MG. A ação realizada no dia 4 de abril é um marco significativo e faz parte da celebração dos 35 anos do Projeto Mutum, realizado em parceria com a Sociedade de Pesquisa do Manejo e Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX).
A jacutinga desempenha um papel importante na regeneração das florestas, pois é uma dispersora de sementes alimentando-se de mais de 41 tipos diferentes de frutos, o que contribui diretamente para o equilíbrio ecológico do bioma. No entanto, a caça ilegal e a destruição de seu habitat colocam a jacutinga em risco de extinção em várias regiões, o que torna a reintrodução essencial para sua preservação.
Para Thales Claussem, analista ambiental da CENIBRA, a soltura de casais de jacutinga propicia a reprodução e reforça a população da espécie no ambiente natural. “Essas iniciativas fazem com que a comunidade de fauna local esteja cada vez mais próxima ao que era décadas atrás”, destaca Thales, responsável técnico do projeto Mutum.
A iniciativa é uma extensão das ações realizadas na RPPN Fazenda Macedônia, em Ipaba/MG. Ao todo 140 indivíduos de jacutinga já foram reintroduzidos à natureza. Além da observação de 59 filhotes em vida livre oriundos das aves reintroduzidas que é um avanço considerável na recuperação da espécie.
Para Roberto Azeredo, presidente da CRAX, o número de filhotes nascidos pode ser ainda maior, visto que a proteção dos pais torna a observação direta um desafio. “A jacutinga tem uma habilidade notável em camuflar seus filhotes ao perceberem a presença humana, mesmo assim, os resultados são promissores para a conservação da espécie”, explica Roberto.
A parceria entre a CENIBRA e a CRAX BRASIL é um exemplo concreto de como a colaboração entre o setor privado e as organizações científicas podem gerar resultados eficazes na conservação ambiental. Ao completar 35 anos de trabalho conjunto, o projeto Mutum reafirma o compromisso de ambas as instituições com a preservação da natureza e o futuro sustentável.
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