quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Recursos aplicados na Bacia do Rio Doce vão melhorar infraestrutura em 210 escolas estaduais mineiras

A Escola Estadual Doutor Ovídio de Andrade, de Ipatinga, no Vale do Aço, está entre as
contempladas - Foto: Acervo da Escola 
Minas Gerais vai receber R$ 188 milhões para investir em Educação na região da Bacia do Rio Doce, impactada pelo rompimento da barragem em Mariana, em 2015. Deste total, mais de R$ 44 milhões serão aplicados em 210 escolas estaduais localizadas em 36 municípios na região banhada pelo curso d’água.

O cronograma de ações foi dividido em quatro eixos: reformas estruturais, mobiliário, incremento de tecnologia e educação profissional. As ações fazem parte do Projeto Estruturante de Fortalecimento da Educação Pública desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE).

O montante é resultado de acordo entre o Governo de Minas e a Fundação Renova, assinado em 4/8 e homologado pela 12ª Vara de Fazenda Federal, o que garante o repasse. O restante dos recursos será dividido entre as prefeituras para melhorias nas unidades de ensino municipais. 

Planejamento

As obras vão começar em setembro e devem terminar em meados de 2022, ficando 100% concluídas ainda na atual gestão estadual. O cronograma previsto está disponível neste link.

Os primeiros recursos empenhados serão em locais que já aguardavam por intervenções estruturais. A intenção é garantir o funcionamento adequado das unidades de ensino. Para isso, serão destinados mais de R$ 19,2 milhões. Já para aplicação em mobiliário os recursos somam mais de R$ 12,5 milhões. Para incentivar e melhorar a apropriação de tecnologias digitais educacionais nos processos educativos serão investidos mais de R$ 87 milhões na melhoria das redes escolares.

Na sequência, serão destinados recursos para implementação da educação profissional. Neste caso, a SEE optou por fazer um diagnóstico para identificar as vocações de cada região. “Estamos mapeando o potencial de emprego das regiões e a ideia é instalar laboratórios dos cursos com viabilidade de acordo com a vocação de cada local. Estamos fazendo esse estudo para ver qual curso e as escolas que serão contempladas, explica o assessor estratégico da SEE Gustavo Braga.

Ainda de acordo com Braga, o estudo de viabilidade dos cursos está sendo feito em contato com outras secretarias para poder apurar todas as possibilidades de empregabilidade e potencializar seus resultados.

Expectativas

A notícia de que as obras tão esperadas vão ter início deixou a comunidade escolar animada. “Um sonho”, classificou Adriana Barros, diretora da Escola Estadual Emília Cabral Mota, que fica no distrito de Vale Verde de Minas, em Ipaba. Segundo ela, todos aguardam pelas obras há algum tempo e os cerca de 500 alunos poderão usufruir melhor do local. “Vai ser maravilhosa essa ajuda. A gente vai conseguir ajustar muita coisa na escola”, comemora. Adriana conta que a comunidade no entorno é carente e a escola é referência no bairro. Atualmente, são oferecidos desde os anos iniciais até o ensino médio.

Da mesma forma, Patrícia Figueiredo Gomes, diretora da Escola Estadual São Tarcísio, que fica em um assentamento na zona rural de Governador Valadares, vê com grande expectativa o momento de receber os recursos e as obras começarem. Segundo ela, a unidade de ensino vem sofrendo há anos com a falta de infraestrutura. “Vai ser bem positivo, porque a escola é na área de assentamento e isso vai melhorar muito para a comunidade. Quem sabe, a gente pode até ampliar a oferta de séries daqui algum tempo”, relata.

Na Escola Estadual Doutor Ovídio de Andrade, em Ipatinga, a diretora Zuleica Vilas Boas Soratto diz que o momento é perfeito, já que a unidade de ensino vinha sofrendo nos últimos anos, principalmente com a falta de mobiliário, tendo que receber doação das escolas vizinhas. “Toda a comunidade escolar está bastante feliz com a inclusão na lista de contemplados. Foi um presente, já que a Doutor Ovídio completou 55 anos de fundação”, comemora.

Zuleica aponta, ainda, que o impacto das benfeitorias será sentido na qualidade das aulas. E ressalta que é muito importante quando os recursos de algo tão traumático possam ser usados para garantir educação de qualidade.

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