terça-feira, 9 de julho de 2019

Detentos fazem greve de fome e queimam colchões em celas na penitenciária de Ipaba

📷 Reprodução
G1 dos Vales 

Detentos do município de Ipaba, no Vale do Aço, iniciaram um motim na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho. Inicialmente, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), detentos de dois pavilhões se recusaram a receber o café da manhã, iniciando uma greve de fome. Posteriormente, outros dois pavilhões aderiram à greve e queimaram colchões em três celas.

O motim teve início nessa segunda-feira (8) e persiste até a tarde desta terça (9); os detentos seguem sem alimentação. As motivações do ato não foram informadas pela Sejusp, que afirmou por meio de nota que o movimento está sendo acompanhado e é controlado; não foram feitos reféns.

Ainda segundo a nota da Secretaria, um procedimento interno foi instaurado para fazer um levantamento dos prejuízos que foram causados na unidade prisional.

Reclamações de maus-tratos

Assim que as informações sobre o motim na penitenciária começaram a circular, familiares de presos se reuniram com cartazes para reivindicar melhorias para os detentos e visitantes. A esposa de um detento ouvida pelo G1, que preferiu não se identificar, afirmou que os presos são maltratados.

"Os presos estão sendo muito oprimidos aqui dentro. Meu marido errou e tem que pagar mesmo pelo que ele fez, mas eles ainda são seres humanos. Além dos presos, nós que fazemos as visitas somos humilhados sempre. No sábado, quando eu fiz a visita, tive que agachar mais de 80 vezes com meu filho no colo".

Um preso que ganhou a liberdade nesta terça-feira afirmou que o motim ocorreu para reivindicar melhorias na unidade. "Nós estamos sendo tratados pior que cachorro, estamos sendo oprimidos", disse o homem que também preferiu não revelar sua identidade.

Resplendor

Em Resplendor, no Vale do Rio Doce, a Sejusp também registrou um princípio de motim nessa segunda-feira. De acordo com a Secretaria, o ato ocorreu após agentes penitenciários encontrarem durante uma revista nas celas um buraco perfurado por detentos.

Agentes de segurança das cidades de Aimorés, Conselheiro Pena e polícias civis e militares de Resplendor foram acionados para conter a movimentação dos detentos. Nenhum registro de fuga foi notificado e a situação foi controlada. Três presos foram transferidos para outras unidades.

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