sexta-feira, 22 de março de 2019

Torcedor é demitido de empresa após xingar comentarista da ESPN e gera revolta na web

Divulgação
Um dos comentaristas esportivos mais polêmicos da TV brasileira na atualidade, Mauro Cézar Pereira, da ESPN Brasil, se envolveu em mais uma controvérsia.

Tudo começou na quarta-feira (20), quando o jornalista usou o Twitter para criticar a equipe do Flamengo pela partida contra o Madureira, válida pelo Campeonato Carioca, apesar da vitória do clube rubro-negro por dois a zero.

“Flamengo enfrenta o Madureira, que tem mando de campo e joga no Maracanã. É um dos piores times do Campeonato Carioca, mesmo assim, fez o Diego Alves [goleiro do Flamengo] trabalhar e só está perdendo porque a arbitragem não marcou um impedimento claro de Gabigol [atacante do Flamengo] no 1-0 do primeiro tempo. E há quem se satisfaça”, escreveu.

Nos comentários da publicação, vários internautas criticaram a posição de Mauro Cézar, entre eles um torcedor do Flamengo, chamado Reginaldo Guilarducci, que se excedeu e acabou xingando o comentarista da ESPN: “Vtnc era para estar 7 x 1 vc é um bosta…”.

Mauro Cézar decidiu responder o comentário de Reginaldo, e expôs o nome da empresa para qual o torcedor trabalha, a multinacional ArcelorMittal, uma informação que consta na própria descrição do seu perfil na rede social. “Lá na empresa eles estimulam os funcionários a xingar as pessoas pura e simplesmente por discordar em algo sobre futebol?”, escreveu o comentarista.

A citação chegou ao conhecimento da ArcelorMittal, que segundo o próprio torcedor, decidiu demiti-lo. “Obrigado Mauro. Acabo de ser desligado da empresa… Deus é maior!!!!”, escreveu Reginaldo.

O caso ganhou repercussão no Twitter. Alguns internautas saíram em defesa de Mauro Cézar, alegando que ele foi vítima de um ataque, e que o próprio torcedor deveria se responsabilizar pelo seu ato. A maioria, no entanto, demonstrou revolta, acusando o comentarista de ter exposto o torcedor e induzir a empresa a demiti-lo. Muitos chegaram a promover uma campanha para que a ArcelorMittal readmita Reginaldo. Diante da polêmica, o nome do comentarista ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.

Horas depois, na rede social, Mauro tentou se defender das acusações. “Internet não é terra sem lei. O agressor é quem ofende, o ofendido é a vítima. Quem xinga gratuitamente pelas redes sociais arca com as consequências. A decisão de demitir um funcionário que age assim não é da vítima, mas da empresa. Discordar? Sim, mas com respeito e sem ofensas. Quem ainda não entendeu isso acha que o agressor é vítima. Ninguém tem esse direito. Com o pedido de desculpas do Reginaldo, de minha parte aceito, espero que amadureça e aprenda essa lição. E que outros por aqui também aprendam. Agora cabe à ArcelorMittal analisar o caso”, escreveu o comentarista, que é alvo frequente de ofensas e ameaças nas redes sociais.

Em entrevista ao jornal O Dia, Reginaldo deu detalhes da demissão e disse estar arrependido do xingamento. “Sou um flamenguista fanático. Enquanto acompanhava, entrava em grupos de torcedores e amigos. Num momento que estava mais agitado com o jogo, o Mauro Cezar fez um post e eu comentei da seguinte forma: ‘Vai tomar no c…, era para estar 7 a 1. Você é um b…’. Na verdade, eu poderia ter colocado que o comentário era uma b…”, disse.

“Acordei cinco horas da manhã para trabalhar, trabalhei o dia todo e no final do horário fui chamado para o escritório do gerente. Quando eu cheguei, as conversas com o Mauro Cezar já estavam impressas na mesa. O que tem a ver a Arcelor com o jogo do Flamengo? Eu estava em casa, com o meu celular, não com o celular corporativo. Estava na sala da minha casa. Posso ter errado de ter xingado, mas não tem nada a ver com a empresa”, completou.

Mauro Cézar, que também chegou a enviar um e-mail pedindo uma posição da ArcelorMittal em relação ao comentário do torcedor, revelou que teve uma conversa mais profunda com Reginaldo, e que não esperava que a empresa o demitisse. “A decisão posterior é da empresa, não minha. Não sugeri que mandassem ninguém embora, esperava que fosse orientado e escrevi isso. Quando ele se desculpou, conversamos e me pediu que falasse com a companhia”, explicou. “Aceitei as desculpas e pedi que reavaliassem a situação ante o arrependimento dele. Ele tem família, e seu caso provavelmente fará com que outras pessoas, empregadas naquela empresa e em tantas outras, repensem antes de ofender moral, pública e gratuitamente as pessoas pelas rede”, finalizou.





OTVFoco

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