quinta-feira, 10 de abril de 2014

Vexame no Maracanã: Flamengo perde para o León e é eliminado da Libertadores

E pela primeira vez o novo Maracanã conheceu uma tragédia. Estádio lotado, torcida tentando apoiar e eliminação...

ESPN


Gazeta Press

E pela primeira vez o novo Maracanã conheceu uma tragédia. Estádio lotado, torcida tentando apoiar e eliminação. Neste panorama triste, o Flamengo acabou derrotado para o León por 3 a 2, caiu na primeira fase da Libertadores e colecionou mais um vexame para sua galera na competição sul-americana. Um dia em que a torcida foi médico, foi monstro. E o time, desorganizado, não correspondeu. Uma simples vitória daria a classificação.

Agora, a equipe volta as atenções para a final do Campeonato Carioca, domingo, contra o Vasco, no mesmo Maracanã, palco da tragédia. O Rubro-Negro precisa de um empate para levantar o seu 33º Estadual da história.

No grupo 7 da Libertadores, o Flamengo conseguiu apenas 7 pontos dos 18 possíveis e terminou na terceira colocação. Os classificados para as oitavas de final foram o Bolívar, que ficou em primeiro lugar com 11 pontos, e o León, que avançou na segunda posição com 10 pontos. O Emelec acabou na lanterna com seis pontos e foi eliminado junto com a equipe brasileira.

O jogo

No pulsar da massa, o Flamengo começou melhor. Era o lado médico da nação rubro-negra. Empurrava, gritava, vibrava com cada disputa de bola. Aos cinco minutos, Alecsandro fez boa jogada pelo meio e tentou encobrir o goleiro Yarbrough. O primeiro suspiro ecoou no Maracanã.

O time rubro-negro mostrava tranquilidade, ao contrário dos jogos seguintes em casa. Mas o que seria torcer para o Flamengo se não houvesse essa adorada massa louca por trás? Bastaram algumas trocas de passes do León e Elano começar a mancar. Pronto. Estava lá o lado monstro da nação.

A cada toque do camisa 7 na bola, vaias. Não dava mais. Vaiado e xingado por torcedores, o meia deixou o campo sentindo a mesma lesão na coxa para a entrada de Gabriel. O time, então, se desequilibrou.

Nervoso, o Flamengo errava passes com a trilha sonora desagradável na arquibancada. O León, time consciente, tocava bola, passava o tempo. Enervava a torcida e deixava o adversário impaciente. Sem inspiração, Léo Moura quase não atacava pela direita. Paulinho errava dribles pela esquerda.

Não tardaria, claro, a dar errado. Aos 21 minutos, Alecsandro derrubou Montes na intermediária. Na cobrança, Arizala ganhou de André Santos na cabeça e desviou para o gol. 1 a 0 León. Mas o que seria, então, do Flamengo sem a adorada massa louca por trás? No momento de maior dificuldade, ela resolveu despertar, cantando incessantemente. O lado médico estava de volta.

Mais na empolgação, o time foi para cima, principalmente com Paulinho. Aos 23 minutos, ele bateu rasteiro, rente à trave do goleiro. Suspiro na arquibancada. Minutos depois, Léo Moura sofreu falta no lado direito. Ele mesmo cruzou na área para André Santos, que se antecipou à zaga e tocou de cabeça para empatar. 1 a 1.

Mas...já era sabido. Flamengo médico, Flamengo monstro. O León mal deu a saída de bola, armou o primeiro ataque e lançou bola na área. Samir e André Santos se enrolaram, mas Boselli, não. De cabeça, ele tocou para o gol. Virada relâmpago. León 2 a 1.

Então, a adorada massa louca da arquibancada surpreendeu mais uma vez. Voltou a apoiar o time, gritou, chamou os jogadores à luta. E num contra-ataque aos 34 minutos, André Santos achou Everton pela esquerda. O camisa 22 avançou e cruzou rasteiro. Quase caindo, Alecsandro tocou no cantinho esquerdo de Yarbrough. Explodia a louca nação. Tudo igual. 2 a 2.

À essa altura, médico e monstro se alternavam na arquibancada entre xingamentos, reclamações e cantorias. Ainda naquele primeiro tempo, o jogo já era um tudo ou nada. Ainda que desorganizado, o Flamengo tentava virar a partida e carimbar a classificação. Mas devia guardar fôlego para o segundo tempo. E a primeira etapa chegara ao fim.

Na volta do intervalo, o Maracanã mostou seu lado médico. Aos gritos de "Vamos virar, Mengo!", o estádio pulsava. Gabriel, de cabeça, aos cinco minutos, obrigou Uarbrough a fazer grande defesa no canto esquerdo. Paulinho, aos sete minutos, bateu cruzado, rente à trave.

O tempo passava, os times não tinham medo de se expor. Era tudo ou nada. Médico ou monstro. O empate já dava a classificação ao León, mas ainda assim os mexicanos iam para o ataque. Arizala, arisco, rabiscava para cima da defesa, enquanto Montes armava os contra-ataques. Aos 14 minutos, ele chutou forte de longe, Felipe bateu roupa e, no rebote, Boselli bateu em cima do goleiro.

O jogo assustava. Na arquibancada, nem médico nem monstro. Apenas a inquietude de um jogo decisivo. Já não havia mais tática. André Santos era tudo, menos lateral-esquerdo. Tentava pelo meio, pela ponta direita. E, exausto, saiu para a entrada de Negueba. Tentativa de mais velocidade, de contra-ataque pelos lados. De classificação.

Mas, ao mesmo tempo, a tática deixava o Flamengo exposto. E o León não aproveitava os contra-ataques. Aos 33 minutos, Boselli já mandara o recado ao bater fraco, na entrada da área, nas mãos de Felipe. Aos 38 minutos, o golpe fatal. Em bate-rebate na área, a bola sobrou livre para Peña, que bateu rasteiro, forte. Sem chances para Felipe. 3 a 2 León.

Eliminação praticamente sacramentada, o monstro ressurgiu na arquibancada. Desta vez, com justiça. Gritos de vergonha, vaias, protestos. Mais uma vez, o Flamengo deu vexame na Libertadores.

FICHA TÉCNICA:

FLAMENGO 2 X 3 LEÓN

Local: Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ

Data: 9 de abril de 2014 (Quarta-feira)

Horário: 19h45(de Brasília)

Árbitro: Diego Abal (Argentina)

Assistentes: Gustavo Rossi (Argentina) e Ivan Nuñez (Argentina)

Cartões amarelos: André Santos (FLA) e Hernández (LEO)

Público e renda: 53.230 pagantes / 3.379 cativas / 3.842 gratuidades / 60.451 presentes / R$ 3.091.047,50

Gols: Arizala (LEO), aos 21 minutos, André Santos (FLA), aos 30 minutos, Boselli (LEO), aos 31 minutos do primeiro tempo; e Carlos Peña (LE), aos 38 minutos do segundo tempo.

FLAMENGO: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos (Negueba); Amaral, Muralha, Elano (Gabriel) e Everton; Paulinho (Nixon) e Alecsandro

Técnico: Jayme de Almeida

LEÓN: Yarbrough; Magallón, Rafa Márquez, González e Edwin Hernández; José Vázquez, Carlos Peña (Rocha), Elías Hernández e Luis Montes; Arizala (Delgado) e Boselli

Técnico: Gustavo Matosas