A Liga Europa se arrasta. Hora de novas mudanças, Uefa
O
estádio vazio não é punição, mas falta de interesse. E o Red Bull
Salzburg, de Sadio Mané, ainda foi o segundo melhor time da fase de
grupos
Por Leandro Stein
Trivela / UOL
A Liga Europa é um dos campeonatos mais legais do mundo. Pelo
menos no papel. São poucas as competições que contam com uma diversidade
cultural tão grande. Das peculiaridades do Shakhter Karaganda ao
espetáculo da natureza proporcionado por uma visita ao Tromso, são
várias boas histórias. O problema é que todas elas ficam contidas fora
de campo. No gramado, o torneio se arrastou pelos últimos meses. A fase
de grupos se encerrou nesta quinta e foram raros aqueles que realmente
deram bola para isso.
O atual formato da Liga Europa possui os seus trunfos. Contar com uma fase de grupos facilita a negociação da venda de direitos de TV com diferentes países, garantindo a grade pelo menos durante o segundo semestre do ano. Também possui sua importância às próprias equipes, em relação aos prêmios em dinheiro. Entretanto, o modelo comercial não pode prejudicar a questão esportiva – até porque ele é o maior beneficiado no aumento de interesse do público, em casa ou nos estádios. E, outra vez, a Uefa precisa repensar a competição.
A partir de 2014/15, o campeão terá lugar garantido na Liga dos Campeões, em medida semelhante à que passou a vigorar na Copa Sul-Americana. Ajuda a aumentar o interesse, mas interfere apenas nas fases finais. Resgatar os mata-matas ao longo de toda a competição seria um caminho? Talvez trouxesse a emoção que falta à primeira metade da competição. Ainda assim, vale lembrar que esse era o modelo utilizado até 2003/04 e, de qualquer maneira, era deixado de lado por alguns clubes mais tradicionais.
O que a Uefa precisa fazer é transformar a Liga Europa em um torneio cobiçado pelos clubes. E o inchaço atual está longe de ajudar nesse ponto. Vale mesmo resgatar 33 times da Liga dos Campeões nos playoffs, por que não só os que caírem na última etapa qualificatória? Para que dar vagas para três times de alguns dos últimos colocados no ranking de países, como Ilhas Faroe, Malta e Luxemburgo? Por que não enxugar os playoffs e, assim, criar uma fase de grupos menor, realmente com a nata?
Do jeito que a Liga Europa está hoje, não sugere nada além de politicagem da Uefa. É conveniente para as relações institucionais manter um torneio tão inchado, que crie a ilusão para tantos clubes. Só que, dentro dessa perspectiva, a Uefa joga contra o próprio torneio. Embora seja interessante movimentar a economia de diferentes partes do continente, mas não com uma competição cujo nível de relevância para os países mais poderosos é mínimo. Ver times como o Tottenham neste ano, se importando com as fases iniciais, é uma raridade.
Uma sugestão: Primeiro, diminuir o número de participantes. Depois, modificar o formato. Criar fases de classificação regionais, entre países em pior colocação no ranking da Uefa. E, conforme a eliminatória fosse peneirando os mais fortes, montar uma fase de grupos com 24, no máximo 32 clubes. A partir deste momento, os representantes dos países entrariam, passando também por uma fase qualificatória entre si.
É lógico que soluções melhores podem existir, essa é apenas uma ideia. O fato é que a Uefa não pode manter a competição do jeito que está, cada vez mais capenga, esperando pelas oitavas ou pelas quartas de final para, aí sim, começar a ter emoção. Levar o sonho de um título continental a equipes que não podem concorrer pela Champions é ótimo. Só que deixar para que esse interesse nasça à beira do pódio é um erro grave. Valorizar a Liga Europa não é só aumentar os prêmios do torneio, mas tentar aplicar o conceito de que todo jogo é decisivo – para os clubes que participam e também para o público.
Vice-líderes dos grupos: Swansea, Chornomorets, Esbbjerg, Maribor, Dnipro, Maccabi Tel-Aviv, Dynamo Kiev, Slovan Liberec, Betis, Lazio, Anzhi e Paok
Eliminados na Champions: Napoli, Benfica, Shakhtar Donetsk, Basel, Ajax, Juventus, Porto, Viktoria Plzen
As decepções eliminadas na fase de grupos: Freiburg, Rapid Viena, Bordeaux, Standard Liège, PSV e Dinamo Zagreb
O atual formato da Liga Europa possui os seus trunfos. Contar com uma fase de grupos facilita a negociação da venda de direitos de TV com diferentes países, garantindo a grade pelo menos durante o segundo semestre do ano. Também possui sua importância às próprias equipes, em relação aos prêmios em dinheiro. Entretanto, o modelo comercial não pode prejudicar a questão esportiva – até porque ele é o maior beneficiado no aumento de interesse do público, em casa ou nos estádios. E, outra vez, a Uefa precisa repensar a competição.
A partir de 2014/15, o campeão terá lugar garantido na Liga dos Campeões, em medida semelhante à que passou a vigorar na Copa Sul-Americana. Ajuda a aumentar o interesse, mas interfere apenas nas fases finais. Resgatar os mata-matas ao longo de toda a competição seria um caminho? Talvez trouxesse a emoção que falta à primeira metade da competição. Ainda assim, vale lembrar que esse era o modelo utilizado até 2003/04 e, de qualquer maneira, era deixado de lado por alguns clubes mais tradicionais.
O que a Uefa precisa fazer é transformar a Liga Europa em um torneio cobiçado pelos clubes. E o inchaço atual está longe de ajudar nesse ponto. Vale mesmo resgatar 33 times da Liga dos Campeões nos playoffs, por que não só os que caírem na última etapa qualificatória? Para que dar vagas para três times de alguns dos últimos colocados no ranking de países, como Ilhas Faroe, Malta e Luxemburgo? Por que não enxugar os playoffs e, assim, criar uma fase de grupos menor, realmente com a nata?
Do jeito que a Liga Europa está hoje, não sugere nada além de politicagem da Uefa. É conveniente para as relações institucionais manter um torneio tão inchado, que crie a ilusão para tantos clubes. Só que, dentro dessa perspectiva, a Uefa joga contra o próprio torneio. Embora seja interessante movimentar a economia de diferentes partes do continente, mas não com uma competição cujo nível de relevância para os países mais poderosos é mínimo. Ver times como o Tottenham neste ano, se importando com as fases iniciais, é uma raridade.
Uma sugestão: Primeiro, diminuir o número de participantes. Depois, modificar o formato. Criar fases de classificação regionais, entre países em pior colocação no ranking da Uefa. E, conforme a eliminatória fosse peneirando os mais fortes, montar uma fase de grupos com 24, no máximo 32 clubes. A partir deste momento, os representantes dos países entrariam, passando também por uma fase qualificatória entre si.
É lógico que soluções melhores podem existir, essa é apenas uma ideia. O fato é que a Uefa não pode manter a competição do jeito que está, cada vez mais capenga, esperando pelas oitavas ou pelas quartas de final para, aí sim, começar a ter emoção. Levar o sonho de um título continental a equipes que não podem concorrer pela Champions é ótimo. Só que deixar para que esse interesse nasça à beira do pódio é um erro grave. Valorizar a Liga Europa não é só aumentar os prêmios do torneio, mas tentar aplicar o conceito de que todo jogo é decisivo – para os clubes que participam e também para o público.
Finalizada a fase de grupos, confira os 32 classificados para os mata-matas da Liga Europa:
Líderes dos grupos: Valencia, Ludogorets Razgrad, Red Bull Salzburg, Rubin Kazan, Fiorentina, Eintracht Frankfurt, Genk, Sevilla, Lyon, Trabzonspor, Tottenham e AZVice-líderes dos grupos: Swansea, Chornomorets, Esbbjerg, Maribor, Dnipro, Maccabi Tel-Aviv, Dynamo Kiev, Slovan Liberec, Betis, Lazio, Anzhi e Paok
Eliminados na Champions: Napoli, Benfica, Shakhtar Donetsk, Basel, Ajax, Juventus, Porto, Viktoria Plzen
As decepções eliminadas na fase de grupos: Freiburg, Rapid Viena, Bordeaux, Standard Liège, PSV e Dinamo Zagreb
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