Ivan Sartori/Santos FC
Arouca comemora o seu golaço na vitória por 5 a 2 contra o Mogi Mirim: depois do jogo, racismo estragou tudo
Depois de o volante Arouca, do Santos, ter sido chamado de macaco ao final da partida da última quinta-feira, contra o Mogi Mirim, o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado de São Paulo interditou o Estádio Romildão, em Mogi, palco do duelo válido pelo campeonato estadual, por tempo indeterminado. A informação foi antecipada pelo jornalista da ESPN Brasil Paulo Vinícius Coelho.
O presidente do Santos, Odílio Rodrigues, já havia manifestado em nota oficial que entraria com um pedido na Federação Paulista de Futebol - FPF - pelo caso de racismo contra seu atleta.
Em comunicado, a FPF declarou sobre a interdição do Romildão: "A ação se tornou necessária considerando que as ações da torcida do Mogi Mirim maculam de forma indelével a disciplina desportiva e também os princípios básicos de civilidade e humanismo."
"A interdição do estádio será mantida até a decisão final de processo disciplinar instalado para averiguar os fatos ocorridos."
O jogador santista foi chamado de macaco por um pequeno grupo de torcedores enquanto dava entrevistas a jornalistas no gramado do Estádio Romildão, em Mogi. Policiais presenciaram o fato e não fizeram nada.
Arouca ficou completamente desconcertado com o racismo e, enquanto tentava falar com a imprensa, se voltou para a arquibancada à procura dos responsáveis pelo ato preconceituoso.
"Isso é bom nem ouvir, né, nem dar ouvidos a esses pessoas, se dá para chamar isso de pessoas. Situação hoje em dia é difícil comentar, isso não acontece só no meio do futebol. Espero que alguém possa tomar uma providência muito severa, porque isso é lamentável", disse o jogador.