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Sócrates
sempre foi um jogador de futebol diferenciado (Foto: Divulgação)
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Sócrates sempre foi
um jogador de futebol diferenciado. Preocupado com sua formação, se
tornou médico. Pensando no futuro político do país, fez parte da Democracia Corintiana e do movimento Diretas Já durante os últimos anos de ditadura. Mas o "Doutor" ou "Magrão", como era conhecido, também se destacou muito com a bola nos pés.
Nascido
em Belém do Pará, no dia 19 de fevereiro de 1954, Sócrates Brasileiro
Sampaio de Souza Vieira de Oliveira foi brilhar na maior cidade do
Brasil. Em São Paulo, o meia se tornou um dos principais jogadores da
história do Corinthians, clube que defendeu entre os anos de 1978 e
1984.
Antes,
porém, surgiu para o futebol no Botafogo de Ribeirão Preto. No time do
interior paulista, passou a chamar a atenção de diversos clubes, mas
decidiu não sair de lá enquanto não terminasse a faculdade de medicina,
que cursava na cidade.
Contratado pelo Corinthians em 1978, ele
conquistou seu primeiro título em seu segundo ano no clube: o Campeonato
Paulista de 1979. Voltaria a vencer a mesma competição em 1982 e 1983,
marcando seu nome definitivamente entre os ídolos corintianos.
Na
mesma época, ao lado de atletas como o lateral Wladimir e o atacante
Casagrande, ajudou a criar a Democracia Corintiana, movimento no qual os
jogadores do clube tinham direito a voto em questões que iam desde o
pagamento de "bichos" até contratações de reforços.
Foi a melhor
fase de Sócrates como jogador, que o levou para a seleção brasileira.
Ele fez parte da geração que disputou a Copa do Mundo em 1982 e em 1986.
Nesta última, acabou sendo apontado como um dos responsáveis pela
eliminação do Brasil, por ter perdido pênalti na disputa diante da
França, nas quartas de final.
Sempre politizado, Sócrates se
envolveu com o movimento Diretas Já. Cobiçado por clubes da Europa,
prometeu que se a emenda Dante de Oliveira, que estabeleceria as
eleições diretas no País, fosse aprovada, ele permaneceria no
Corinthians. Como isso não aconteceu, acabou se transferindo para a
Fiorentina, da Itália, em 1984.
Sem ter o mesmo brilho da época
de Corinthians, ele retornou ao Brasil já em 1985, para atuar no
Flamengo. Depois de dois anos no Rio, voltou a São Paulo, desta vez para
atuar pelo Santos, onde ficou duas temporadas. Ainda voltou para o
Botafogo para encerrar a carreira.
Depois de parar de jogar,
Sócrates ainda se manteve ligado ao futebol. Até tentou a ser técnico
por um breve período, mas não teve sucesso. Mesmo assim, usou jornais,
revistas e programas de TV para expressar sempre as suas opiniões sobre o
que acontecia dentro dos gramados.
Além do fato de ser
politizado, Sócrates se destacava pela vida boêmia. Muito ligado à
noite, nunca escondeu seu gosto por bebidas - chegou a admitir um
problema com alcoolismo. Tal paixão teria gerado os problemas de saúde
que culminaram com a sua morte na madrugada de domingo, 4 de dezembro de
2011, aos 57 anos, na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Sócrates, irmão mais velho de Raí, ídolo do São Paulo, deixou esposa e
seis filhos. |
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