quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Preso desde fevereiro ex-vereador de Ipatinga Wanderson Gandra ganha liberdade provisória

Reprodução 
G1 Vales

O ex-vereador de Ipatinga Wanderson Gandra (PSC) foi solto da prisão após ganhar liberdade provisória no fim da noite dessa segunda-feira (5). Ele estava detido na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, desde o dia 20 de fevereiro, quando foi preso na operação Dolos por exigir de volta parte do salários de assessores. Gandra havia renunciado ao cargo de parlamentar na Câmara Municipal de Ipatinga no dia 12 de abril.

De acordo com informações passadas pelo o advogado de defesa do ex-vereador, Vinícius Xingó, o juiz entendeu que não se aplicam mais os requisitos para uma prisão preventiva, como o ex-parlamentar não apresentar ameaça às testemunhas. A decisão foi tomada depois da audiência de instrução, realizada no dia 25 de julho.

Além de Wanderson Gandra, os investigados Luiz Márcio (PTC), Paulo Reis (PROS), Rogério Antônio Bento (sem partido) e um assessor parlamentar também foram colocados em liberdade. Todos estavam na penitenciária de Ipaba.

Entenda o caso
A operação Dolos é uma ação conjunta entre Ministério Público, Polícias Civil e Militar, através do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo as investigações, vereadores de Ipatinga contratavam assessores e exigiam deles parte do salário de volta.

De acordo com o MP, o esquema para arrecadar a verba acontecia de mais de uma maneira. A primeira delas no recebimento e entrega de valores em espécie ao representante do Legislativo por parte do funcionário contratado. A segunda modalidade era a retenção do cartão bancário, com o repasse de pequeno valor ao funcionário e manipulação na folha de ponto; muitos destes funcionários, segundo o Gaeco, eram "fantasmas". A terceira, o vereador determinava a realização de empréstimos bancários por parte de servidores com o saque e transferência para contas de interpostas pessoas que eram usadas como laranjas visando maquiar o real destino dos valores.

De acordo com o Ministério Público, além do enriquecimento ilícito, o dinheiro exigido dos assessores servia para fortalecimento dos vereadores em bairros, visando as eleições municipais. Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas na operação, entre vereadores, assessores, contadores, corretores de imóveis e comerciantes.

São investigados no esquema, segundo o Gaeco, os ex-vereadores Paulo Reis (PROS), Rogério Antônio Bento (sem partido), José Geraldo de Andrade (Avante), Luiz Márcio Rocha (PTC) e Wanderson Gandra (PSC), que perderam mandato ou renunciaram ao cargo na Câmara, além dos vereadores Gilmar Ferreira Lopes (PTC) e Osimar Barbosa (PSC), que estão afastados. Comissões processantes foram instauradas na Câmara Municipal para avaliar as condições dos vereadores investigados.

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