terça-feira, 19 de março de 2019

Vale perde 20% de sua produção mundial com suspensões em Minas

BBC News 
Com 11 minas sem operar, seja por decisão judicial ou de forma preventiva, a Vale calcula uma perda de produção de 82,8 milhões de toneladas de minério de ferro no ano.


No fim do ano passado, a mineradora divulgou um informe com previsão de produção de 400 milhões de toneladas da commoditie em 2019. Caso a situação prossiga durante todo o ano, a interrupção da operação dessas minas no Estado representa pouco mais de 20% dda produção mundial da empresa.

Para se ter uma ideia da proporção desse impacto, é como se Minas Gerais deixasse de exportar quase metade de todo o volume de minério de ferro vendido pelo estado ao exterior. De acordo com dados do Ministério da Economia, em 2017, foram exportadas 175 milhões de toneladas do produto, o equivalente a US$ 8 bilhões (R$ 30,3 milhões em valores atuais).


Questionada pela reportagem, a Vale não comentou se e em quanto a perspectiva de produção para este ano foi alterada após o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro. A tragédia foi responsável por mais de 300 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

A empresa apresentou um plano de descomissionamento de suas barragens construídas pelo método e alteamento a montante, o que resultou na paralisação, no dia 4 de fevereiro, da produção das minas Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, todas elas parte do complexo de Vargem Grande, localizada em Nova Lima.

As operações nas minas de Jagada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, parte do complexo Paraopeba, onde também está localizada a Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, também foram interrompidas. A empresa também suspendeu a operação nas plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande.

No mesmo dia, a Justiça determinou que a Vale se abstivesse de lançar rejeitos ou praticar atividades que pudesse aumentar o risco de rompimento em algumas barragens, como a de Laranjeiras, que atende à mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, a 88 km de Belo Horizonte. Somente Brucutu é responsável por uma produção na casa das 30 milhões de toneladas por ano. A Vale recorreu da decisão judicial. Segundo a mineradora, a barragem Laranjeiras não é do tipo "a montante" e não faz parte do plano de descomissionamento anunciado em 29 de janeiro, quatro dias após a tragédia de Brumadinho.

Em 20 de fevereiro, por determinação da Agência Nacional de Mineração, a Vale encerrou, de forma preventiva, as atividades nso complexos de Fábrica e Vargem Grande.

E, na decisão mais recente, a Justiça de Minas Gerais determinou que a empresa se abstenha de praticar qualquer atividade na barragem do Doutor, bem como operar as demais estruturas da mina de Timbopeba, em Ouro Preto, a 97 km de Belo Horizonte. A estrutura é responsável pela produção de 12,8 milhões de toneladas por ano.

Portal R7

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